O procurador da República Ângelo Goulart Villela pediu um novo adiamento de sua audiência à CPI da JBS. Em documento enviado à comissão de inquérito nesta segunda-feira, Goulart alegou problemas de saúde de seu pai para não prestar depoimento, previsto para esta quarta-feira. O ofício é sigiloso. A reportagem apurou que o procurador encaminhou um atestado médico para comprovar a situação de seu pai.
Esse já é o segundo adiamento da audiência de Goulart aos parlamentares. A ida do procurador estava prevista para a semana passada, mas, oficialmente, ela não aconteceu porque a notificação se deu em um prazo apertado.
Nos bastidores, porém, Goulart negociou com a cúpula da CPI para comparecer ao colegiado. Ele havia sido chamado a depor em caráter de convocação – quando a presença é obrigatória -, mas, após um acordo com o presidente Ataídes Oliveira (PSDB-TO), conseguiu transformar o depoimento em convite, quando a presença se dá de forma mais flexível. Ficou acertada então a nova data da audiência para o próximo dia 4.
Com mais esse adiamento, a CPI tentará ouvir o procurador no dia 17 de outubro. O senador Ataídes Oliveira informou ao site de VEJA que comunicará a remarcação à Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, .
Ângelo Goulart Villela foi preso durante a Operação Patmos, da Polícia Federal, por suspeitas de ter atuado como “infiltrado” do empresário Joesley Batista no Ministério Público. O Supremo Tribunal Federal revogou, em agosto, a prisão do procurador sob a condição de que ele fique proibido de manter contato com qualquer dos investigados, se mantenha recolhido à noite e durante os fins de semana e esteja suspenso do exercício do cargo de procurador.