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Aliados de Lula se revezam para manter ‘vigília’ em Curitiba

Além da movimentação de políticos em frente à sede da PF, PT mantém agenda com atividades culturais para evitar esvaziamento de manifestação pró-petista

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 23 abr 2018, 15h47 - Publicado em 20 abr 2018, 17h06
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  • Com a impossibilidade de visitarem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão, parlamentares aliados se revezam para ir a Curitiba e evitar que a “vigília” em apoio ao petista se esvazie. Além disso, o PT organiza programações culturais para tentar manter as atividades diárias em frente ao prédio da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense, onde o ex-presidente cumpre pena desde o último dia 7.

    Nesta sexta-feira (20), o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o ex-ministro Aloizio Mercadante estiveram no local durante a manhã. Nos discursos, os petistas insistiram na manutenção da pré-candidatura de Lula à Presidência da República, mesmo preso, e defenderam a liberdade do ex-presidente, condenado no âmbito da Operação Lava Jato.

    “A hora agora é de resistência, eles acham que vão nos ganhar no cansaço, criam todo tipo de dificuldade, mas esse acampamento aqui é uma semente da resistência”, afirmou Pimenta, em discurso para os apoiadores. Nas redes sociais, o PT divulga vídeos defendendo a continuidade da vigília enquanto Lula estiver preso. “Nós só sairemos da rua com o Lula junto conosco. Liberem o Lula que nós vamos embora”, disse Pimenta. “Lutar pela liberdade de Lula é fundamental, toda militância nossa tem que estar aqui”, declarou Mercadante.

    Na tarde de hoje, os deputados federais do Paraná Enio Verri e Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu, visitaram o local onde estão os manifestantes. O grupo convocou ainda um ato com acendimento de velas e celulares às 18h30. Para amanhã, o PT anunciou a presença da filósofa Marcia Tiburi, recém-filiada ao partido no Rio de Janeiro, e uma “caravana feminista” em Curitiba.

    Há um acampamento montado para que os manifestantes passem a noite, a cerca de 1 quilômetro do prédio da PF. Todos os dias, os militantes vão à região perto do cordão de isolamento do prédio para gritar “bom dia” ao ex-presidente e promovem atividades durante o dia. Além dos discursos políticos, há rodas de música e outras programações, que passam por partidas de futebol, como na tarde de hoje, e até aulas de ioga e meditação, ocorridas na quinta-feira (19).

    Visitas

    O ex-presidente, a princípio, só está autorizado a receber visitas de advogados no dia a dia e de familiares em dias determinados, assim como os outros detentos. Aliados alegam que Lula merece um tratamento diferenciado porque seria um “preso político”. A juíza da Vara de Execuções Penais, Carolina Moura Lebbos, tem negado autorização para que outras pessoas entrem na sala especial onde o petista está preso.

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    No dia 11 de abril, senadores da Comissão de Direitos Humanos todos aliados ao petista visitaram Lula após terem informado à juíza que fariam uma “vistoria” no local. A magistrada autorizou a inspeção. Na Câmara, uma comissão externa da Casa anunciou que outra vistoria será feita na terça-feira (24). Ainda não houve manifestação judicial sobre o ato. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias também aprovou uma visita ampla ao ex-presidente, ainda sem data agendada.

    Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel visita acampamento pela libertação do ex-presidente Lula, em Curitiba
    Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980, conversa com indígena em manifestação pró-Lula em Curitiba (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

    Nesta quinta-feira (19), o ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980, e o teólogo Leonardo Boff, amigo do ex-presidente, também tentaram visitá-lo, mas foram barrados no prédio da Polícia Federal. O PT publicou fotos de Boff, que tem 79 anos, sentado em uma cadeira de plástico aguardando autorização em frente à guarita da Superintendência da PF.

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    A juíza Carolina Lebbos não permitiu a visita e disse que não há nenhuma notificação de violação a direitos humanos que justificasse uma nova inspeção no local onde o petista cumpre pena.

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