O candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou na madrugada desta quarta-feira que foi contra a entrada do seu partido no governo do presidente Michel Temer. “Se dependesse de mim, não tínhamos entrado no governo Temer. E eu falei isso em reunião de partido, mas acabei sendo voto vencido”, afirmou o presidenciável em entrevista ao Jornal da Globo. O tucano disse ainda que a gestão do emedebista não tem “legitimidade” para fazer as reformas necessárias para o país.
Alckmin foi alvo em um vídeo divulgado por Temer há duas semanas. Descontente com as críticas do programa eleitoral do tucano ao seu governo, o presidente partiu para o ataque e listou os seus ex-ministros que hoje estão entre os apoiadores do candidato.
Segundo turno
Mal nas pesquisas – ficou em quarto no Ibope divulgado nesta terça, com 7% –, Alckmin reafirmou na entrevista que o voto em Jair Bolsonaro (PSL) favoreceria o retorno do Partido dos Trabalhadores ao poder. Para o tucano, em uma eventual disputa entre o militar e Fernando Haddad (PT) no segundo turno, o número de eleitores que não votam em Bolsonaro seria o “passaporte” para a volta do PT. “Bolsonaro tem a maior rejeição. Eu tenho uma das menores. Então acredito que na última onda, que é a que vale, nós vamos chegar lá”, disse.
Alckmin também atacou diretamente os petistas. “O PT é um partido sem limite, não tem como querer colocar a responsabilidade do desastre sobre o PSDB”, disse o ex-governador de São Paulo, sobre a acusação de Haddad, que colocou a culpa da crise no PSDB. O candidato ainda elogiou a entrevista do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) ao jornal Estado de S.Paulo, concedida na semana passada, em que este disse, entre outras coisas, ter sido um erro contestar a vitória de Dilma Rousseff em 2014, e ter votado contra medidas econômicas positivas apenas porque eram oposição à época.
Alckmin falou de quatro reformas que pretende implementar nos primeiros meses de governo: política, tributária, previdenciária e de estado, para diminuir a máquina pública. No tema mais polêmico, da Previdência, o candidato defendeu a permanência do teto em 5.600 reais, mas não definiu a idade mínima para aposentadoria.
Segurança pública
O tucano reiterou a promessa de criar uma agência nacional de inteligência para unificar e para federalizar o combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas e armas, e também de criar uma guarda nacional. “Vou pegar as 150 cidades mais perigosas, com os maiores indicadores de assassinatos e criminalidade, e vou fazer uma força-tarefa para, no ano que vem, atuar nessas cidades”, disse o ex-governador de São Paulo.
(Com Estadão Conteúdo)