Após ser cobrado pelo próprio partido e aliados, o pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, ouviu um apelo nesta sexta-feira, para ser mais didático na campanha e se esforçar mais para tentar ganhar a eleição. O pedido foi feito por um dos membros da plateia em palestra a médicos da Universidade de São Paulo (USP). Como resposta, o tucano disse que o quadro de alianças pode chegar a oito partidos na campanha presidencial.
“Muita gente que está dizendo que é candidato não é candidato, vamos saber em agosto quem é e quem não é. Estamos caminhando com cinco partidos e acho que pode chegar a sete ou oito partidos”, afirmou Alckmin. O presidenciável já avançou em atrair o apoio de PPS, PSD, PV e PTB, e ainda busca conversar com DEM e outras legendas do chamado Centrão.
Após Alckmin apresentar suas propostas na área da Saúde, o urologista Miguel Srougi elogiou o tucano, mas fez um pedido para sensibilizar o eleitor. “O problema é que o senhor precisa ganhar a eleição”, disse o médico. “O povo não vai se sensibilizar se disser que conseguiu um superávit de 5 bilhões de reais, mas o filho doente foi de posto em posto e morreu”, completou. Para o urologista, o eleitor está interessado em saber como vai conseguir emprego, alimentação e ter serviços públicos de qualidade.
Como resposta, Alckmin disse que “democracia dá trabalho” e que ele está buscando explicar como atingir sua promessa de dobrar a renda do brasileiro. Um diferencial de outros pré-candidatos, acrescentou, é o fato de ser médico. “O médico é o cuidador, e a política tem esse sentido de cuidar, do abraço coletivo. Meu dever é melhorar a saúde. Não vamos fazer mágica, mas vamos melhorar.”
Alianças
Após o evento, realizado na Congregação da Faculdade de Medicina da USP, Alckmin disse que as alianças eleitorais serão fechadas apenas no fim de julho. Mais uma vez, o tucano acenou para o DEM, que lançou Rodrigo Maia como pré-candidato, dizendo que o PSDB está junto com os democratas em diversos estados.
“Vários fatores criam um laço de identidade”, afirmou. Nesta quinta-feira 14, o DEM anunciou apoio ao PSDB na eleição para o governo de São Paulo. Sobre a disputa estadual, Alckmin declarou não ver nenhum problema em participar de futuras agendas públicas com o pré-candidato do seu partido, João Doria, e com o governador Márcio França (PSB), que foi seu vice e deve disputar a reeleição.
Alckmin afirmou, ainda, que gosta do “jeitão” do apresentador José Luiz Datena e que estimula a entrada dele na política – mas afastou considerá-lo como um possível vice. “Eu gosto do Datena, acho ele autêntico, acho que ele tem espírito público, gosto do jeitão dele. Cabe a ele definir a que ele pretende ser candidato. Eu estimulo”, disse Alckmin, repetindo uma frase de que “a pior política é a omissão”.
Filiado ao DEM, o apresentador reforçou seu desejo de concorrer a uma vaga no Senado em São Paulo, provavelmente na chapa do ex-prefeito João Doria (PSDB), mas disse que avalia também o lançamento de uma candidatura à Presidência. “Eu me proponho a ser candidato ao Senado. Agora, se pintar a possibilidade de ser candidato à Presidência, talvez eu tente ajudar o meu país. Quero ser candidato para ajudar o povo”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.
A participação como vice na chapa de Geraldo Alckmin é outra opção que estaria no radar de Datena. O ex-governador tucano, entretanto, negou que estivesse considerando o apresentador como um bom perfil para vice. “Não, não. Não é isso que eu estou dizendo.”
(com Estadão Conteúdo)