As eleições para o comando do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), marcadas para este domingo, 20, vão acontecer após um embate entre o governo eleito de Lula e o de Jair Bolsonaro, que indicou o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn para disputar o posto.
A equipe de Lula tentou, sem sucesso, barrar o nome de Goldfajn. A articulação foi capitaneada pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que chegou a enviar uma carta pedindo ao órgão o adiamento da votação sob o argumento de que a indicação deveria ser feita pelo governo eleito. O ministro da Economia, Paulo Guedes, encaminhou o nome do ex-chefe do BC em 24 de outubro, véspera do segundo turno das eleições. O pedido de Mantega, no entanto, foi descartado.
A despeito de todo esse imbróglio, o nome de Goldfajn não era unanimidade nem mesmo dentro do governo Bolsonaro. Uma parte da Esplanada – ligada à ala política – tentou emplacar Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), para o posto.
O nome de Nardes chegou a ser levado a Paulo Guedes, que refutou a indicação sob o argumento de que não daria para apresentar um candidato que dificilmente teria chance de aprovação. Via de regra, os países membros indicam ministros da Fazenda ou do Banco Central para o posto. Até hoje, nenhum brasileiro chegou à presidência do BID, fundado em 1959.