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Acusação contra o ‘quadrilhão do PMDB’ deixa Planalto em alerta

Aliados do presidente têm receio de que o ex-ministro Geddel Vieira Lima possa seguir o exemplo do petista Antonio Palocci e incriminar Michel Temer

Por Da Redação
Atualizado em 12 set 2017, 13h45 - Publicado em 12 set 2017, 08h59
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  • A conclusão do inquérito da Polícia Federal que investigou o chamado “quadrilhão” do PMDB na Câmara acendeu o sinal amarelo no Palácio do Planalto. Auxiliares de Michel Temer (PMDB) admitem que o relatório da PF turbinará uma segunda denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente.

    Os investigadores concluíram na segunda-feira que integrantes do PMDB participavam de uma organização criminosa. A divulgação do relatório ocorre no momento em que o Planalto avaliava que as prisões do empresário Joesley Batista, dono do Grupo J&F, e do diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud, poderiam enfraquecer uma nova acusação contra Temer.

    Além disso, o documento cita o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), preso após uma operação da PF que encontrou 51 milhões de reais em um apartamento usado por ele em Salvador. O Planalto teme que Geddel faça uma delação premiada e envolva Temer na prática de crimes.

    Em conversas reservadas, aliados do presidente têm receio de que Geddel se transforme em um “novo Antonio Palocci”. Ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos do PT, Palocci acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada, de fazer um “pacto de sangue” com a Odebrecht para receber 300 milhões de reais em propinas.

    Desde que a PF descobriu as malas de dinheiro atribuídas a Geddel, o governo e a cúpula do PMDB tentam se descolar do ex-ministro. “Acho que quem tem que explicar é a Polícia Federal e, eventualmente, se [Geddel] tiver algum tipo de relação, ele também deve explicar”, afirmou o senador Romero Jucá (RR), presidente do PMDB. “Cada um responde pelos seus atos”, emendou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB).

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    Na avaliação do núcleo político do governo, Janot não deixará o cargo, no final desta semana, sem apresentar nova denúncia contra Temer. Com esse diagnóstico, ministros já retomaram as conversas para pedir a deputados de seus partidos que não abandonem o presidente se outra acusação contra ele chegar ao plenário da Câmara.

    Defesa

    Em relação às conclusões que a PF enviou ao STF nesta segunda, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República afirmou em nota que o “presidente Michel Temer não participou e nem participa de nenhuma quadrilha” ou de qualquer “estrutura com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública”. “O presidente Temer lamenta que insinuações descabidas, com intuito de tentar denegrir a honra e a imagem pública, sejam vazadas à imprensa antes da devida apreciação pela Justiça.”

    Também por meio de nota, “o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informa que só irá se pronunciar quando e se houver acusação formal contra ele que mereça resposta”.

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    Moreira Franco também negou as acusações. “Jamais participei de qualquer grupo para a prática do ilícito. Repudio a suspeita. Responderei de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito. Lamento que tenha que falar sobre o que ainda não conheço. Isto não é democrático.”

    A defesa de Eduardo Cunha “nega de forma veemente todas as acusações e prestará os devidos esclarecimentos oportunamente.”

    (Com Estadão Conteúdo)

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