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À PF, general detalha conversa com Lula e entrega mensagens com o GSI

Ex-chefe do Comando Militar do Planalto, Gustavo Dutra prestou depoimento no inquérito que apura os atos de 8 de janeiro

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 abr 2023, 17h54 - Publicado em 12 abr 2023, 20h19
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  • GENERAL DUTRA - Lula deu aval para entrar em acampamento o dia seguinte
    GENERAL DUTRA – Lula deu aval para entrar em acampamento no dia seguinte (Comando do Exército/Divulgação)

    Em depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira, 12, o general Gustavo Henrique Dutra, ex-comandante militar do Planalto, entregou uma série de documentos relativos ao acampamento montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao Quartel-General do Exército, apresentou cópias das mensagens trocadas na véspera e durante o dia 8 de janeiro com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e confirmou um diálogo com o presidente Lula horas após o atentado.

    Dutra prestou depoimento ao delegado Alexandre Bessa no âmbito das investigações sobre os ataques de 8 de janeiro às sedes dos três poderes. O inquérito está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    O general estava à frente do Comando Militar do Planalto (CMP) no dia dos ataques protagonizados por manifestantes acampados em frente ao QG. Naquela noite, horas após a invasão e a depredação do Supremo Tribunal Federal, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, o então designado interventor Ricardo Capelli subiu até as imediações do Quartel-General com o objetivo de reunir as tropas militares e desmontar imediatamente o acampamento.

    Como revelou reportagem de VEJA, o general alegou que a retirada, naquele momento, embutia um alto risco de gerar mais uma cena de violência naquele dia de guerra em Brasília – e ninguém queria isso. À PF, o militar afirmou, conforme já tinha sido revelado pela Folha de S.Paulo, que naquela noite também conversou com o presidente Lula. O general detalhou aos investigadores que o próprio presidente da República, após ouvir os argumentos, concordou que não seria um momento oportuno para a desmobilização do grupo. “Seria uma tragédia”, teria dito Lula, conforme o relato do general.

    Na sequência, em uma reunião da qual participaram os ministros Flávio Dino (Justiça), José Múcio (Defesa) e Rui Costa (Casa Civil), além do então comandante do Exército, Júlio César Arruda, ficou pactuado que a retirada do grupo se daria na manhã seguinte – o que aconteceu sem nenhum transtorno.

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    Nas sete horas de depoimento, o general também entregou documentos relativos à atuação do governo do Distrito Federal e do Ministério Público diante dos manifestantes golpistas. Dutra sustentou que jamais houve uma ordem judicial para a retirada do grupo e rechaçou a declaração do governador Ibaneis Rocha de que o Exército havia impedido uma ação contra os apoiadores de Bolsonaro. Conforme a documentação apresentada, no dia 29 de dezembro, por exemplo, Ibaneis apenas solicitou que fosse realizada uma operação de combate ao comércio ilegal no local, mas não fez nenhuma referência ao desmonte do acampamento.

    Dutra apresentou ainda mensagens trocadas com o GSI, órgão responsável pela proteção do Palácio do Planalto e pela segurança do presidente da República, na véspera e no dia dos atentados. O órgão, comandando pelo general Marco Edson Gonçalves Dias, chegou a dispensar os militares que faziam a proteção do Palácio do Planalto e, mesmo após a invasão, não solicitou um reforço da tropa.

    Na terça-feira, 18, o Supremo Tribunal Federal (STF) começará a julgar 100 acusados de atuar como autores intelectuais ou executores dos atos golpistas de 8 de janeiro. A análise dos casos, feita de forma virtual, servirá para que a Corte decida se transforma os investigados em réus pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição, incitação ao crime, dano e dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As investigações correm em segredo de Justiça.

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