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A estratégia ‘combativa’ da direita para tentar vencer Paes no Rio

Um dos representantes da ideologia bolsonarista na capital carioca, o deputado estadual Rodrigo Amorim tem antecipado ataques ao prefeito de olho em 2024

Por Lucas Mathias Atualizado em 21 set 2023, 10h47 - Publicado em 21 set 2023, 09h00

Com ao menos quatro pré-candidatos à Prefeitura do Rio em 2024, a direita já começou a traçar sua estratégia para derrotar Eduardo Paes (PSD), que deve tentar sua reeleição. O cenário de lançar dois, ou até três nomes do mesmo campo, por exemplo, não está descartado. Mas, até aqui, é o deputado estadual Rodrigo Amorim quem mais tem antecipado o confronto direto com o mandatário, numa prévia do que deve acontecer de maneira cada vez mais intensa até o ano que vem. 

Nas suas redes sociais, o parlamentar foi um dos que mais repercutiu uma polêmica apresentação em escolas municipais do Rio, em que atores da companhia Suave, fantasiados de cavalo, dançam música cuja letra tem conteúdo sexual. O episódio, apelidado de “cavalo tarado”, causou desgaste à imagem de Paes, que imediatamente afastou os diretores de quatro escolas. Mais recentemente, na última semana, ao lado de seu núcleo mais próximo na Assembleia fluminense — os deputados Filippe Poubel, Alan Lopes e Anderson Moraes, todos do PL —, Amorim esteve no entorno do aeroporto Santos Dumont para contestar a atuação de fiscais da prefeitura, trabalho classificado pelo parlamentar como uma “indústria da multa”. 

Os dois momentos refletem a atuação preferida de Amorim, classificado por ele próprio como um agente “combativo”. Sua ascensão no bolsonarismo passa por um episódio conhecido publicamente: a quebra em praça pública, ao lado do ex-deputado federal Daniel Silveira, da placa em homenagem à ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 no Rio. 

Para o pleito do ano que vem, ele já conta com a benção do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, que vai assumir o comando do União Brasil no estado e já convidou o aliado a concorrer pelo partido. Ele tem também o apoio de boa parte da bancada do PL, partido do governador Cláudio Castro, na Alerj, se reuniu há pouco mais de uma semana com o presidente do partido no estado e não descarta a possibilidade de ser o nome escolhido pela legenda para 2024. Isso pode acontecer, de acordo com Amorim, caso as pesquisas qualitativas internas, que serão realizadas nas próximas semanas pela sigla, indiquem que a melhor forma de vencer Paes é justamente com uma postura mais combativa. E nacionalizando o confronto nas figuras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje aliado do prefeito carioca, e do ex-chefe do Planalto, Jair Bolsonaro (PL), de quem Amorim é fervoroso devoto. Filiado ao PTB, ele vai deixar o partido, que se desestruturou no estado após a prisão de Roberto Jefferson. 

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“A gente está preparado para o enfrentamento ideológico, em uma eleição nacionalizada e polarizada. O prefeito Eduardo Paes, não há como negar, é um soldadinho do Lula. E na discussão da gestão pública, da cidade, vamos desmistificar essa falácia de que o Eduardo é um bom gestor. É péssimo, além de mentiroso. Não tem palavra”, ataca, em uma clara mostra do que pretende fazer durante a campanha eleitoral. 

Até aqui, o PL ainda não definiu quem será o nome da sigla a entrar no embate, o que tem causado uma profusão de nomes da direita como postulantes à disputa. No próprio partido, se colocam na disputa o deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro de Bolsonaro, e o senador Carlos Portinho, visto por correligionários como um quadro mais ao centro, ideal para uma eleição menos bélica. Correm por fora o general Braga Netto, cujo nome tem perdido força, além do deputado federal Alexandre Ramagem, que também não tem se posicionado como pré-candidato. Fora do PL, além de Amorim, podem entrar na briga ainda os parlamentares Otoni de Paula (MDB), mais próximo do eleitorado evangélico, e Dr. Luizinho, hoje líder do PP na Câmara e visto como o nome preferido do governador do Rio, de quem foi secretário da Saúde até o mês passado. 

As prévias informais do PL têm sido vistas com grande importância por postulantes da sigla, já que darão maior entendimento ao cenário e serão ativo importante para preparar as melhores armas contra Paes. A avaliação é de que o prefeito, por ser conhecido por quase 100% da população, deve partir de um patamar alto, mas variar pouco, em razão de sua rejeição. Os próximos passos, avaliam integrantes do partido, devem ser calculados de maneira minuciosa, de modo a evitar que uma grande quantidade de candidatos no mesmo campo — vista inicialmente como uma forma de levar a eleição ao segundo turno — acabe deixando todos de fora, impulsionando junto ao prefeito o candidato do outro lado do espectro: o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL), que deve ser o único representante 100% da esquerda na disputa.

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