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A controversa ação do GSI com os militares durante a invasão ao Planalto

Órgão responsável pela segurança presidencial dispensou a guarda e depois recuou. Em meio à invasão, não houve pedidos de reforço aos 30 homens

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jan 2023, 09h53 - Publicado em 15 jan 2023, 10h22
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    Golpistas invadiram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro, sem reação à altura das forças policiais (Hugo Marques/VEJA)

    Passada quase uma semana após a invasão e a destruição das sedes dos três poderes, o apagão das forças de segurança no último domingo, 8, ainda é um dos principais questionamentos sobre como um grupo de fanáticos conseguiu agir com tanta facilidade e avançar sobre locais que deveriam manter um esquema robusto de proteção.

    A entrada dos manifestantes bolsonaristas no Palácio do Planalto rende um capítulo especial que precisa ser desvendado. Sede do Executivo, o local é resguardado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que deve zelar pela segurança do presidente da República e de seus familiares e também dos palácios e residências presidenciais. Cabe ao gabinete coordenar a ação da guarda presidencial exercida por militares.

    Um dia antes do protesto, um integrante do GSI enviou uma mensagem ao Comando Militar do Planalto (CMP) solicitando a dispensa dos cerca de 30 homens do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) que estariam no local. Naquele momento, a manifestação já era de conhecimento de todos, e centenas de ônibus levavam milhares de pessoas à capital federal.

    O local permaneceu desguarnecido até momentos antes do início da manifestação. Era quase meio dia de domingo quando a decisão do dia anterior foi revista, e o GSI solicitou o envio de um pelotão – os mesmos 30 homens que haviam sido dispensados e que, nitidamente, não dariam conta do volume de manifestantes que já se preparava para descer a Esplanada dos Ministérios.

    Naquele domingo, o Comando Militar do Planalto (CMP) tinha um efetivo de cerca de 400 homens de prontidão no local, localizado a cerca de 7 quilômetros do Planalto. A ideia seria deixar o efetivo mobilizado para proteger o Setor Militar Urbano (SMU), onde estava instalado o acampamento montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O grupo somente deveria ser deslocado ao Planalto caso houvesse uma solicitação do GSI – o que não aconteceu.

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    No entanto, quando a situação saiu do controle e os vândalos invadiram a barreira de proteção e avançaram sobre o Planalto, o comando militar decidiu, mesmo sem solicitação, enviar cerca de 100 homens ao local. “Eram 30 homens contra 1.000”, relatou um militar que acompanhou a ação.

    Somente após a comunicação de que mais homens estavam se deslocando ao local é que o GSI solicitou um reforço na segurança e pediu o envio de todo o efetivo. No entanto, quando os militares chegaram lá, já era tarde demais, e o cenário era de destruição total. Coube ao grupo articular junto com a Polícia Militar a prisão e a retirada dos manifestantes – o que também rendeu desentendimentos entre as forças policiais.

    Os militares do BGP, em sua maior parte, usam um armamento de munição menos letal, como granadas de efeito moral, balas de borracha e cassetetes.

    O GSI é comandado pelo general Marco Edson Gonçalves Dias, responsável pela segurança de Lula nos mandatos anteriores. Durante a transição, o G. Dias, como é conhecido, costumava dizer que era apenas um “pitaqueiro” para assuntos de segurança – ele foi um dos principais responsáveis, por exemplo, pela escolha do comandante do Exército, de quem é amigo pessoal. Mas, desde domingo, o general submergiu e evitou dar declarações públicas. VEJA tentou contato com o órgão desde o início da semana, mas não obteve resposta.

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    Internamente, há um clima de desconfiança tanto envolvendo o GSI quanto o Exército. Durante conversa com jornalistas, o presidente Lula disse na quinta-feira, 13, que está convencido de que o Planalto foi aberto para os invasores entrarem, e que houve conivência tanto por parte da Polícia Militar quanto por militares “das Forças Armadas aqui de dentro”.

    Em nota divulgada na quinta-feira, 12, o GSI informou que a tropa permaneceu “de prontidão” no BGP, e que os reforços foram solicitados “assim que ficou demonstrado o caráter violento dos agressores”.

    “Tão logo chegaram mais reforços da tropa de choque do Exército Brasileiro e da Polícia Militar do Distrito Federal, alguns agressores foram retirados e outros contidos no mesmo local, sendo, posteriormente, presos pela Polícia Militar”, informou o gabinete.

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