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A busca por ‘podres’ dos candidatos a ministro do Supremo

Caneladas e insinuações de toda sorte fazem parte de campanhas de candidatos à sucessão de Ricardo Lewandowski

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 abr 2023, 19h28
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  • “Abaixo da medalhinha tudo é canela”. É assim que um conhecido nome ligado ao PT resume a campanha de advogados e ministros para ocupar a vaga do vice-decano do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, aberta com a decisão do magistrado de antecipar em um mês sua saída da Corte. Embora pelo menos um dos principais concorrentes tenha ouvido de um auxiliar direto do presidente Lula que o petista já bateu martelo em favor do advogado Cristiano Zanin, enquanto a escolha não for sacramentada – e a sabatina e a votação no Senado devidamente concluídas – tem supremável que ainda acredita que pode chegar lá. É nessa perspectiva que se alimenta uma verdadeira caça aos “podres” dos aspirantes a ministro do Supremo.

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    O sentimento de que estão tendo suas vidas reviradas já levou um dos candidatos, por exemplo, a ser questionado pela equipe que cuida de sua campanha se tinha um passado de agressões a mulheres ou notificações por dirigir embriagado. Outro recebeu informes de que adversários têm sondado amigos em busca de informações sobre fatos desabonadores de sua vida matrimonial – traições, brigas ou expulsões de casa. Em ambos os casos os postulantes à vaga de Lewandowski têm em mente o que aconteceu com um supremável em disputas anteriores: às vésperas da escolha pelo presidente da República, o candidato teve de se justificar sobre uma fotografia em que aparecia em um momento de descontração com amigos. Explicações feitas, o caso foi deixado de lado.

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    As finanças dos candidatos e insinuações de que, escolhidos, representariam uma casta do milionários na Suprema Corte também levaram a toda sorte de cotoveladas. Um deles, diante de uma declaração a interlocutores de que tinha “salário de jogador de futebol”, ouviu provocações de que, se chegar lá, teria postura de um brâmane no STF. Outro acusou um desafeto de ter reservado milhões de reais para fazer a campanha pela vaga – embora, em rigor, a briga é pela preferência de um eleitor único – e um terceiro afirmava, sem reservas, duvidar que um deles estivesse disposto a abrir mão de contratos de sete dígitos por um módico salário de cerca de 40.000 reais.

    Antigas e atuais sociedades incômodas com advogados também são exploradas. Um dos aspirantes à vaga, cujo sócio se aproximou de militares ligados aos ex-presidentes Jair Bolsonaro e Michel Temer, foi lembrado que a parceria com expoentes da caserna de outros governos poderia tirá-lo do páreo. Outro acabou acusado de fazer lobby junto a ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para desqualificar concorrentes e junto a empresários de alto escalão para vender uma suposta ascendência junto ao presidente Lula e à primeira-dama Janja.

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    Parentes rompidos com os candidatos foram procurados mais de uma vez em busca de revelações que pudessem ajudar a encampar a tese de que os desafetos são ingratos, pouco confiáveis ou avessos à família. Sobrou também para aqueles que são pró-aborto ou têm familiares bolsonaristas. A sexualidade fluida dos filhos de um supremável e um pretenso affair de outro com uma ex-ministra de Estado também foram tema de rodas de discussão.

    Adversários têm rememorado também quaisquer menções do nome dos supremáveis no noticiário policial. Valem delações premiadas, ordens de busca e apreensão, relações heterodoxas com filhos de ministros de tribunais superiores e – mais importante de todos – o pecado mortal de um dia ter elogiado, posado para fotos ou participado de eventos com Sergio Moro, personagem radioativo para qualquer jurista que, sob as bênçãos do PT, aspira ocupar uma das 11 cadeiras da Suprema Corte.

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