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A Abin também espionou adversários no governo Lula

Agência que hoje é investigada pela Polícia Federal já se envolveu em outros episódios de bisbilhotagem política, gerando monumentais escândalos

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 16h05 - Publicado em 27 jan 2024, 13h10
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  • OLHOS E OUVIDOS - Abin: atribuição de coletar dados que auxiliem o presidente da República a tomar decisões
    Entrada da Abin em Brasília - Agência é investigada por suspeita de montar estrutura paralela de espionagem (Antônio Cruz/Agência Brasil)

    No despacho em que autorizou a busca no gabinete e na casa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes faz várias menções à possível existência de uma estrutura paralela dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro.

    Ramagem era diretor da Abin e é investigado por supostamente utilizar equipamento para rastrear a localização de autoridades através de celulares. A espionagem clandestina do órgão de inteligência do governo, se confirmada, não é novidade. No segundo governo Lula, por pouco não houve uma crise institucional quando se descobriu que a Abin investigava secretamente políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal.

    Na épocas, um dos alvos investigados pela Abin foi o então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que teve as conversas com um senador da oposição gravadas por arapongas, conforme mostrou reportagem de VEJA. Quem chefiava o órgão era o delegado Paulo Lacerda, que tinha sido diretor-geral da Polícia Federal no mesmo governo Lula.

    Diante da revelação, os ministros do Supremo cobraram uma resposta do presidente Lula. “O próprio presidente da República precisa ser chamado às falas, ele precisa tomar providências”, disse Gilmar Mendes.  “Não há mais como descer na escala da degradação institucional. Gravar clandestinamente os telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal é coisa de regime totalitário. É deplorável. É ofensivo. É indigno”.

    O escândalo ficou ainda maior quando se descobriu que o órgão havia colocado mais de 50 agentes para investigar juízes, políticos, jornalistas e um banqueiro considerado como desafeto do governo. Paulo Lacerda acabou demitido. No lugar dele, assumiu o cargo o delegado Luiz Fernando Corrêa, que voltou à direção da agência no ano passado.

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    Espiões fizeram bisbilhotagem em outros governos

    Há outros exemplos de investigações clandestinas da Abin. Em 2013, o governo Dilma Rousseff, conforme reportagem de VEJA, a agência enviou quatro agentes ao Porto de Suape, em Pernambuco, para fazer uma investigação política que tinha como alvo o então governador do Estado, Eduardo Campos, do PSB, um dos pré-candidatos à Presidência da República. Os quatro espiões foram identificados ao ingressarem no Porto de Suape e suas identidades foram reveladas. Eduardo Campos era um dos mais fortes concorrentes à Presidência e morreu em 2014, na queda de um avião.

    Nas gestão de Fernando Henrique, um procurador da República que incomodava o governo foi vigiado de perto por uma agente da Abin que se passava por estudante de Direito. Ela primeiro tentou seduzir o procurador. Depois o acusou de agressão, com o objetivo de desmoralizá-lo. A armação foi descoberta.

    Há casos ainda mais antigos, isso só para ficar no período democrático. Em 1991, um espião do serviço de inteligência do governo Collor que se apresentava como jornalista, advogado, fazendeiro e funcionário do Ministério da Justiça foi flagrado por bisbilhotando os sem-terra no Pará.  Descoberto, a  agência disse que o espião estava fazendo uma “pesquisa” para o governo.

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