Governantes são eleitos com uma finalidade simples: fazer a vida do seu povo melhor. Todo o resto é acessório. Quando o governo Itamar Franco criou o plano Real e fez a inflação cair de 900% para 18%, o candidato Fernando Henrique Cardoso foi eleito no primeiro turno. Quando o Brasil superou a recessão da virada do século e voltou a crescer mais de 4%, Lula foi reeleito e ainda elegeu Dilma. Quando voltaram a recessão, a inflação e o desemprego, Dilma caiu. Quando o país ficou na estagnação, Michel Temer sequer teve coragem de ser candidato.
Se o bolso do cidadão está cheio, se o desemprego está baixo, se as empresas estão investindo, todo santo ajuda. E o que chama a atenção no governo Bolsonaro é a calma com a falta do crescimento. No começo do ano, os economistas diziam que o Brasil iria crescer 2%, o que não é muito, mas dá para o gasto. Na realidade, vamos crescer menos de 1% em 2019, menos do que era no governo Temer.
E o que isso significa? Na prática, quer dizer que o desemprego seguirá acima de 11 milhões, que as empresas vão continuar investindo pouco e o país vai seguir andando de lado. Nesse caso, a culpa nem é de Bolsonaro. A herança que este governo recebeu é realmente complexa.