Técnica moderniza produção de vaso sanguíneo artificial
No futuro, tecido deverá ser congelado e transferido de doador a paciente
De acordo com estudo publicado no periódico Science Translational Medicine por uma equipe de cientistas da Humacyte, da Brody School of Medicine da East Carolina University e da Duke University Medical Centre in North Carolina, já é possível fabricar, com antecedência, lotes de vasos sanguíneos a serem usados em cirurgias cardíacas. A pesquisa, realizada em babuínos e em cachorros, mostrou que os tecidos podem ser congelados por até um ano e usados por qualquer paciente.
Para construir as estruturas, os cientistas aplicaram células humanas da musculatura lisa sobre um tubo artificial que imita o formato de um vaso sanguíneo. Na medida em que as células se multiplicaram, aderiram à estrutura a partir do colágeno. Retirando-se o tubo artificial, o novo tecido, em forma de vaso, pode ser implantado, permitindo o fluxo normal de sangue, sem provocar reações do sistema imunológico.
Implantes atuais – Esses tubos de vasos sanguíneos já são construídos em laboratório. Contudo, até agora, eles só podiam ser produzidos a partir das células do próprio paciente. Outra desvantagem da técnica atual é que ela demanda meses de produção até que o tecido fique pronto. “No futuro, os pacientes não terão mais de esperar por isso. Os vasos já estarão prontos e armazenados esperando pelo procedimento”, dizem os pesquisadores.
O método de engenharia usado para criar esses vasos pode ainda ter utilidade em outros ramos da medicina. Segundo os especialistas, ele pode ser usado para recompor pele, ligamentos, cartilagem ou quaisquer outros tecidos simples do corpo em que a funcionalidade é oferecida pela estrutura, não pelas células em si. Os testes clínicos em humanos devem começar em 2012.