Relatório aponta indícios de envenenamento na morte de Arafat
Equipe suíça analisou amostras do corpo do dirigente palestino morto em 2004
Um relatório elaborado por uma equipe suíça adicionou mais um elemento nas teorias conspiratórias relacionadas à morte do ex-dirigente palestino Yasser Arafat. O exame, preparado por cientistas do Centro Universitário de Medicina Legal em Lausanne, encontrou indícios de polônio-210 em seus restos mortais. “Os resultados sustentam de forma ‘moderada’ a hipótese de morte por veneno”, afirma o documento.
A rede árabe Al Jazeera aproveitou a oportunidade para apresentar uma série de reportagens com o título sensacionalista de “Matando Arafat”. A viúva do palestino, Suha Arafat, que encomendou a análise, disse que as conclusões provam “um assassinato e um crime político”
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O texto aponta que as amostras foram coletadas oito anos depois da morte de Arafat e que os testes foram realizados em um número limitado de material. Um investigador forense, consultado pela Al Jazeera, afirmou que o nível de polônio nos restos mortais é dezoito vezes maior que o normal, mas a informação não consta na análise suíça.
O polônio é uma substância radioativa extremamente tóxica que foi utilizada para envenenar em 2006 em Londres Alexander Litvinenko, um ex-espião russo que se converteu em opositor ao presidente Vladimir Putin.
Histórico – Arafat morreu em 2004, em um hospital de Paris. Na ocasião, a causa da morte foi apontada como um derrame e problemas circulatórios. Foi só em 2012 que sua família passou a considerar a hipótese de envenenamento, depois que um estudo preliminar em objetos pessoais apontou a presença de traços de polônio. Depois disso, o corpo dele foi exumado.
Outras análises para determinar um possível caso de envenenamento ainda estão sendo realizadas por cientistas franceses e e russos. Dessas investigações, apenas a conduzida pelo Ministério Público da França pode ser considerada independente porque não foi iniciada a partir de pedidos da família ou da autoridade palestina.
A própria viúva de Arafat, embora tenha usado uma retórica inflamada para lidar com o caso, evitou nesta quarta-feira apontar culpados pelo suposto caso de envenenamento.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) evitou comentar as conclusões do laboratório suíço e informou que só vai divulgar uma resposta oficial quando receber as conclusões das outras comissões de investigação.