Alemanha acusa Rússia de estar por trás de ciberataques
O serviço de inteligência alemão informou que alguns dos ataques datam de até onze anos atrás
O serviço de inteligência alemão acusou o governo russo nesta sexta-feira de estar por trás de uma das mais agressivas campanhas internacionais de ciberataques da história do país. Representantes do serviço alertaram que Moscou teria o objetivo de espionar e sabotar a Alemanha e seu parlamento, se tornando uma séria ameaça ao governo, a empresas de telecomunicações e energia, além de universidades.
Empresas de cibersegurança já haviam afirmado que hackers russos estavam por trás de uma campanha de ataques digitais chamada Sofacy/APT 28, que visou instituições ocidentais como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A invasão foi responsável por um vasto corte de eletricidade no oeste da Ucrânia em 23 de dezembro, de acordo com o serviço de inteligência.
“Os ciberataques russos formam parte de operações de alcance internacional que buscam obter informações estratégicas. Algumas destas operações podem remontar a um período de entre sete e 11 anos”, afirmou em um comunicado o chefe da inteligência interna alemã, Hans-Georg Maassen.
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Geralmente, os computadores visados são infectados por meio de ataques de phishing, uma técnica que visa coletar dados pessoais, incluindo senhas, dos utilizadores. Segundo o chefe do serviço de inteligência alemão, o “ciberespaço é um lugar para uma guerra híbrida” e abriu “novos espaços para a espionagem e a sabotagem”.
Na primavera de 2015, o Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão, foi atacado pelo vírus Troie Sofacy que “comprometeu sua rede de dados”. O partido conservador da chanceler Angela Merkel, o CDU, também confirmou ter sido alvo de um ataque no mês passado. “Adaptamos nossa infraestrutura de TI”, indicou o partido. De acordo com especialistas em segurança cibernética, o Sofacy já havia atacado no passado os servidores do Conselho de Segurança da Holanda (OVV) para obter o relatório sobre a queda do voo MH17 no leste da Ucrânia.
(Com AFP)