Tymoshenko é internada para interromper greve de fome
Presa na Ucrânia, ex-premiê e líder opositora iniciou o jejum há vinte dias
A líder opositora ucraniana Yulia Tymoshenko foi internada nesta quarta-feira para realizar o tratamento que vai interromper sua greve de fome, iniciada há vinte dias. A ex-premiê da Ucrânia está presa desde agosto de 2011, cumprindo uma pena de sete anos por abuso de poder.
Yulia, de 51 anos, começou o jejum após alegar ter sido agredida por agentes penitenciários durante sua mudança forçada a uma clínica fora da prisão para receber tratamento de uma hérnia de disco. A opositora também protesta contra a repressão no país, governado por seu adversário político, Viktor Yanukovitch.
“As autoridades aceitaram sua exigência e Tymoshenko foi internada. Hoje mesmo o doutor alemão Lutz Harms começa o tratamento para acabar com a greve de fome”, disse o deputado e advogado de Tymoshenko, Sergei Vlasenko. A líder opositora exigia que o atendimento fosse controlado por médicos independentes, especificamente por Luntz.
Após uma avaliação médica efetuada na segunda-feira, Lutz Harms advertiu sobre o grave estado de saúde da ex-premiê, que governou o país até o início de 2010. Yevguenia, filha de Yulia, disse para a imprensa que sua mãe teria perdido dez quilos nos últimos vinte dias, sofrendo enjôos e perdas de consciência.
Histórico – A opositora foi condenada em outubro a sete anos de prisão por abuso de poder. Quando era chefe de governo, em 2009, ela assinou com a Rússia acordos de gás considerados prejudiciais ao país. Yulia – uma das líderes da Revolução Laranja de 2004 e derrotada nas eleições presidenciais de 2010 pelo atual chefe de estado, Viktor Yanukovitch – denuncia que se trata de uma vingança pessoal. Segundo ela, o presidente quer tirar sua principal adversária do cenário político.
Eurocopa – O tratamento dispensado a Yulia provocou uma onda de solidariedade à ex-premiê, que pode resultar em um amplo boicote europeu aos jogos de futebol da Eurocopa 2012, que serão realizados na Ucrânia a partir de 8 de junho.
(Com agência EFE)