Rebeldes se aproximam de palácio de Assad, dizem fontes
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), 214 pessoas foram mortas no país ontem: 124 civis, 62 soldados e 28 rebeldes. Só na capital Damasco, foram 38 vítimas
Os conflitos na Síria parecem ter entrado em uma nova fase após o atentado de quarta-feira, que matou parte da cúpula da Defesa do regime de Bashar Assad – incluindo o ministro Daoud Rajiha e seu vice, o general Assef Shawkat, cunhado de Assad. Nesta quinta-feira, fontes locais informaram que núcleos rebeldes se aproximam do palácio presidencial, na capital Damasco, enquanto boatos dão conta de que o ditador sírio deixou o local para se refugiar na cidade litorânea de Latakia – informação negada pelas autoridades do país.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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Os grupos opositores revelaram nesta quinta-feira que ao menos 214 pessoas morreram devido à repressão governamental ontem. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), foram contabilizados 124 civis, 62 soldados e 28 rebeldes mortos em todo o país. A organização não incluiu em seu balanço os três funcionários de alto escalão de Bashar Assad. A província de Damasco concentrou o maior número de mortos: 78, 38 deles na capital.
A Comissão Geral da Revolução Síria destacou que, nesta quinta, há ainda duros confrontos na cidade de Al Mezzeh. Vários moradores se deslocam a bairros mais seguros por temer uma possível operação das forças governamentais, assinalou o OSDH.
Bombardeio – Na noite de quarta, houve um bombardeio do regime sírio durante um funeral no sul de Damasco. Testemunhas afirmaram que vários helicópteros atacaram as pessoas presentes na cerimônia.
Fuga de Assad – Apesar da aproximação dos conflitos da sede do governo, fontes oficiais negaram que o ditador Bashar Assad tenha se transferido para Latakia. A possível ‘fuga’ havia sido mencionada por fontes da oposição. Segundo membros do regime, Assad continua desempenhando suas funções de seu escritório em Damasco. O ditador, porém, não apareceu em público após o ataque.
(Com agência EFE)