Como a Casa Branca preencheu o ‘vazio’ no jantar para Hollande
Depois de refazer convites, cerimonial ainda teve de se preocupar com espaço à mesa que estava reservado para a ex-primeira-dama francesa
Desde que os encontros secretos do presidente da França, François Hollande, com a atriz Julie Gayet [confira fotos abaixo] foram revelados, o cerimonial da Casa Branca passou a lidar com questões delicadas para a visita do mandatário francês a Washington. Convites tiveram de ser refeitos para tirar o nome de Valérie Trierweiler, ex-companheira de Hollande. E também ficou em aberto a questão sobre quem se sentaria à esquerda de Obama, lugar inicialmente reservado à agora ex-primeira-dama francesa.
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Como Hollande também não achou de bom tom levar sua namorada atriz para os Estados Unidos, o cerimonial encontrou uma forma diplomática de preencher a lacuna durante o jantar oferecido a Hollande na noite de terça. Quem ficou ao lado de Obama foi Thelma Golden, casada e diretora de um museu em Nova York. Uma escolha que pode ser decepcionante – ela não foi destaque nem mesmo nas fotos do evento que foram disponibilizadas pelas agências.
Apesar de não ser casada com Hollande, Valérie era considerada a primeira-dama ‘extraoficial’ do país. Sendo assim, como destacou o The New York Times, entre todos os convidados ilustres, faltou alguém. Principalmente na chegada de Hollande e no momento em que os dois presidentes desceram as escadas para saudar os convidados, enquanto Michelle Obama vinha atrás, sozinha.
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Hollywood – Trezentos e cinquenta convidados jantaram sob uma gigantesca tenda climatizada montada no gramado da Casa Branca, já que nenhuma sala interna acomodaria tantas pessoas. A lista incluiu congressistas, empresários, jornalistas e vários artistas, como o cineasta J. J. Abrams, que vai dirigir o Episódio VII de Star Wars, e o ator indicado ao Oscar Bradley Cooper, que fala francês e conversou com o secretário de Estado John Kerry durante o jantar.
O casal Obama foi anfitrião de apenas sete jantares para chefes de Estado em cinco anos, um número modesto se comparado aos cinquenta oferecidos por Ronald Reagan, segundo o USA Today. E Hollande não foi o primeiro presidente francês a dar dor de cabeça para a equipe responsável por organizar o evento. Seu antecessor, Nicolas Sarkozy, também foi sozinho a um jantar em novembro de 2007, um mês depois de se divorciar de sua mulher, Cecília. (Continue lendo o texto)
O Washington Post citou outros casos em que o presidente homenageado foi à recepção sozinho, como em 2011, quando o presidente da China Hu Jintao não viajou com a mulher Liu Yongqing. Ou em 1994, quando os Clinton receberam o primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela. Separado da mulher Winnie, Mandela foi à recepção acompanhado de sua filha caçula, Zindzi.
No caso de Valérie, a curiosidade está relacionada mais ao barulho causado pela separação do que a uma eventual importância de sua agenda com Michelle Obama ou de sua presença no jantar – até porque nem mesmo entre os franceses ela era adorada. O que chamou a atenção foi a forma como o casal se desfez, depois que fotos de um paparazzo foram divulgadas por uma revista de celebridades mostrando Hollande chegando na garupa de uma lambreta para encontrar-se com Julie. Depois disso, Valérie continuou a ser uma sombra para o prevaricador Hollande, que apostou na cara de paisagem.