Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O que o prefeito pode fazer para transformar a educação?

Primeiro passo é estabelecer um programa de ensino rigoroso e bem elaborado para as disciplinas essenciais

Por João Batista Araujo e Oliveira
23 set 2014, 13h18

Logo Prefeito Nota 10
Logo Prefeito Nota 10 (VEJA)

Ensino de qualidade

Este artigo faz parte de uma série publicada quinzenalmente em VEJA.com sobre os desafios do ensino fundamental no Brasil – e as estratégias para superá-los.

Os textos são de autoria do Instituto Alfa Beto, que promove o Prêmio Prefeito Nota 10, iniciativa que vai identificar e recompensar o município brasileiro que mantém a melhor rede de ensino. A premiação será realizada no segundo semestre.

Prêmio Prefeito Nota 10 Instituto Alfa Beto

Continua após a publicidade

Desde o início deste ano, compartilho com vocês neste espaço reflexões sobre os desafios do ensino fundamental no Brasil. Ao longo desse período, apresentei elementos fundamentais que garantem o bom funcionamento de uma rede de ensino. A partir de agora, publico uma série de dez artigos a respeito de medidas eficazes que o prefeito pode implementar a curto prazo, com poucos recursos, como estratégia de iniciar um processo de mudança. Nenhuma dessas medidas, isoladamente ou mesmo em conjunto, assegura a formação de uma rede de ensino de alta qualidade. Mas todas elas constituem ações relevantes em si mesmas e que, se bem implementadas, podem servir de campo de aprendizagem e de capital político para implementar reformas mais profundas.

Leia os artigos anteriores da série

A primeira dessas medidas é: estabelecer programas de ensino rigorosos e bem elaborados para as disciplinas essenciais.

O tópico foi escolhido de propósito para encabeçar a lista. O mais importante vem primeiro. E o mais importante é o programa de ensino. Não é papel de prefeito fazer programa de ensino. Mas prefeito tem obrigação de apresentar à sociedade, especialmente aos pais, aquilo que a escola se propõe a fazer, e assegurar que as escolas de sua rede vão se empenhar para assegurar que todos os alunos dominem o que está previsto no currículo. Sem currículo as escolas ficam à deriva, e os pais, sem instrumentos de vigilância, acompanhamento e cobrança. Ou seja: sem currículo não há democracia – nem educação de qualidade. Até que o governo federal exerça sua responsabilidade nesta área, cabe aos prefeitos cumprir o seu papel de ente federado.

Continua após a publicidade

O que pode um prefeito fazer?

Em primeiro lugar, o prefeito deve assegurar que seu município tenha um programa de ensino. Alguns critérios podem ajudar:

  1. O programa deve ser claro – tão claro como um edital de concurso público. Um pai de aluno com ensino fundamental completo deve ser capaz de ler e entender o que seu filho vai aprender, na série em que vai ser matriculado.
  2. O programa no ensino fundamental deve incluir pelo menos as disciplinas essenciais: língua portuguesa, matemática e ciências. Na educação infantil deve levar em conta as características do desenvolvimento da criança e as experiências que ela precisa ter nas diferentes idades. Um bom currículo para esta etapa, especialmente de pré-escola, não deve incluir a alfabetização, mas deve contemplar competências que preparem a criança para entrar na escola e ter sucesso.
  3. O programa do ensino fundamental deve estar alinhado com os requisitos da Prova Brasil e outros referentes externos – e não às circunstâncias e pecualiaridades locais. O local é ponto de partida, não de chegada.
  4. O programa deve ser elaborado por especialistas de reconhecida competência e experiência no assunto e obedecer aos critérios de foco, rigor e consistência.
  5. Não é necessário fazer um currículo em cada município – o município pode adotar ou adaptar, se necessário, programas existentes em outras redes de ensino ou que tenham sido desenvolvidos por instituições especializadas, desde que atendam a esses requisitos. São poucos os bons currículos no Brasil, mas eles existem e podem ser identificados e avaliados por critérios objetivos.

    Ter um currículo é um passo necessário, um grande passo. E precisa de um forte contexto político para reverter a inércia. Mas não é suficiente: ter um currículo abre oportunidades para as coisas acontecerem. Mas para que ele tenha efeito, é preciso que outras coisas aconteçam. Disso trataremos em outro artigo desta série.

João Batista Araujo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.