Filme argentino ‘Relatos Salvajes’ faz sucesso em Cannes

O longa é divertido sem ser bobo e trata com humor a descrença nas instituições de países que parecem ter sido entregues à barbárie

Por Mariane Morisawa, de Cannes
17 Maio 2014, 17h56

Cena do filme 'Relatos Salvages', do argentino Damian Szifron (Divulgação/VEJA)

A sessão de imprensa do filme argentino Relatos Salvajes, de Damián Szifron, neste sábado, foi a mais animada da competição até agora no 67º Festival de Cannes. É o típico caso do filme que cai no momento certo, em que todo mundo está precisando de um respiro. Dividido em várias histórias, o filme chegou a ser aplaudido, especialmente depois do primeiro episódio, envolvendo um avião.

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Como todo longa em capítulos, há histórias melhores e outras piores. Em uma, um sujeito num carro caindo aos pedaços impede a passagem de um automóvel importado. O motorista xinga o outro, antes de acelerar seu possante. Pouco depois, o pneu fura, e eles se reencontram. Também há a história do competente engenheiro (Ricardo Darín) que fica revoltado ao tomar uma multa num lugar sem sinalização e ter de lidar com os funcionários do departamento de trânsito.

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A recepção da imprensa pode parecer uma chancela de qualidade e garantia de prêmio na cerimônia do sábado, dia 24 de maio, mas não é bem assim. O filme de Szifron é divertido sem ser bobo e trata com humor a descrença nas instituições e as dificuldades de convivência em países que parecem ter sido entregues à barbárie. Seria muito legal se tivesse feito no Brasil e certamente vai abrir as portas do mercado internacional para seu diretor, mas não chega a ser caso de sair de Cannes com um troféu.