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Cunha: CPI da Petrobras vai investigar só gestão petista

Presidente da Câmara tenta barrar manobra do PT, que pretende ampliar o foco da comissão para o governo Fernando Henrique Cardoso

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 mar 2015, 18h53

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está agindo pessoalmente para barrar uma manobra do PT para tentar tumultuar a CPI da Petrobras. Nesta segunda-feira, o peemedebista defendeu que as investigações permaneçam centradas no período de 2005 a 2015 – ou seja, durante os mandatos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff.

O argumento de Cunha é claro: a CPI deve agir conforme determina o requerimento que criou a comissão. Ou seja: analisar as irregularidades ocorridas na Petrobras de 2005, quando já atuava na estatal o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, e 2015, período no qual a Operação Lava Jato descobriu que funcionou o maior propinoduto da história para abastecer um esquema de corrupção institucionalizado, em benefício do PT e partidos aliados.

A manifestação de Cunha contraria os interesses petistas, que alegam haver indícios de desvios em contratos nos anos 1990, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Nesta segunda, o deputado e ex-ministro Afonso Florence (PT-BA) apresentou requerimento à secretaria da comissão pedindo uma devassa nos contratos da estatal firmados a partir de 1997. Porém, não há indícios em nenhuma investigação oficial de que os recursos abasteceram o caixa de partidos que hoje fazem oposição ao governo do PT.

A intenção do PT não é nova: sempre que esteve às voltas com casos de corrupção e desvios, a sigla evocou o passado para tentar relativizar seus malfeitos. Foi assim, por exemplo, com a farra dos cartões corporativos, em 2008, e com o próprio mensalão. Neste último, o PT até hoje se esforça para batizar o valerioduto mineiro de “mensalão mineiro”, num discurso que já nasceu da premissa capenga: afinal, o cerne do mensalão foi a compra de votos de parlamentares, o que nunca se apurou em Minas.

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“Eu sou regimentalista. Como vou decidir as CPIs de acordo com o Regimento, sou favorável que se cumpra o Regimento. A ementa que lá está tem de ser cumprida, seja do escopo de investigação, seja do prazo, de tudo”, disse Cunha. Ele afirma que, se os deputados quiserem ampliar a apuração, é necessário criar uma nova comissão de inquérito. “É muito claro para mim a interpretação regimental: se quiserem fazer uma CPI diferente do que está lá, tem de fazer outro requerimento de CPI. Essa é a minha opinião como regimentalista. Agora, cada um tem o direito de fazer o que quiser. Se alguém recorrer, eu vou decidir com o Regimento”, continuou.

A partir desta segunda, os deputados que compõem a CPI podem apresentar pedidos de convocações e de informações. Parlamentares de oposição protocolaram a maioria dos requerimentos, que pedem, entre outros, a convocação do ex-ministro José Dirceu, do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Os petistas tentam proteger a cúpula do partido e pediram apenas o convite – quando a presença não é obrigatória – dos ex-presidente José Sergio Gabrielli e Graça Foster, além do atual chefe da estatal, Aldemir Bendine.

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