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Dilma e um agosto infernal

Mês que se inicia traz ameaças de todos os lados: na economia, na Justiça, nos tribunais e na sociedade, que vai às ruas protestar contra Dilma Rousseff

Por Marcela Mattos e Gabriel Castro, de Brasília
2 ago 2015, 08h58

Ainda não está claro se o governo Dilma Rousseff chegou ao fundo do poço ou se a situação vai piorar. Mas boas pistas surgirão no mês que teve início neste sábado. Mesmo que não acredite em superstições e ignore que agosto é profícuo em tragédias na política brasileira, a presidente da República tem com o que se preocupar. O segundo mandato chega ao oitavo mês cercado por crises de todos os lados: economia, política, Justiça e sociedade.

Quando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou que estava aderindo à oposição, o Congresso acabara de entrar em recesso. Só a partir da próxima semana é que será possível medir com precisão as consequências da nova postura do peemedebista. O que já se sabe deve colocar o governo em alerta: Cunha deu aval à criação das CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão. Mais do que isto: deu ao PSDB e ao DEM cargos-chave nas Comissões Parlamentares de Inquérito.

O presidente da Câmara também vai analisar todos os 13 pedidos de impeachment pendentes na Casa, levando adiante os que tiverem sustentação jurídica. Desde a queda de Fernando Collor, em 1992, nenhum governo precisou se preocupar com uma ameaça do tipo.

Na economia, o rebaixamento da nota do Brasil e a consequente perda do grau de investimento pode agravar a situação econômica – que costuma ter grande influência sobre os níveis de popularidade, já baixíssimos. A piora de todos os índices importantes, como a inflação, o desemprego e a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) mostram que o país segue uma trajetória descendente.

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Ao mesmo tempo, Dilma Rousseff é ameaçada em outros dois flancos: o processo do Tribunal de Contas da União (TCU) que analisa as pedaladas fiscais do governo em 2014, e que pode provocar a perda do mandato de Dilma Rousseff. O outro é a análise das contas do governo em 2014 (o que também leva em conta as pedaladas). Nesse caso, caso o tribunal opte pela rejeição, caberá ao Congresso decidir se confirma o posicionamento do TCU, o que deixará Dilma vulnerável a um processo de cassação.

Em 16 de agosto, o país deve ter mais um dia de grandes protestos contra o governo. A depender da quantidade de pessoas nas ruas e do transcorrer dos acontecimentos no Congresso e no TCU, pode ser esse o combustível decisivo para o processo de impeachment. Se o governo de Dilma Rousseff terminar agosto mais forte do que começou, poderá dizer que o pior terá passado. Mas, se todos os fatores confluírem, a República terá um mês inesquecível.

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