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Zona do euro entra em recessão no primeiro trimestre de 2023

Contração econômica foi causada pela alta da inflação, que desencorajou gastos de consumidores

Por Da Redação
8 jun 2023, 11h14

Na virada do ano para 2023, os vinte países que usam o euro entraram em uma leve recessão, causada por uma queda no consumo por conta da inflação alta. É o que uma reavaliação de dados econômicos sobre o continente europeu revelou nesta quinta-feira, 8.

No primeiro trimestre, de acordo com dados da agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, a produção econômica da zona do euro caiu 0,1% em comparação ao anterior. Como a produção caiu na mesma quantidade no quarto trimestre de 2022, a situação se caracteriza como uma recessão, já que houve contração econômica em dois trimestres consecutivos.

No entanto, a economia mais ampla da Europa evitou a recessão, já que em todo bloco, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,1% no primeiro trimestre deste ano, logo depois de cair 0,2% no final do ano passado. A queda acentuada dos gastos do governo foi um fator importante para o declínio do PIB. 

Segundo o economista-chefe da Capital Economics para a Europa, Andrew Kenningham, o consumo das famílias foi “duramente atingido” pelos preços altos, pelo aumento das taxas de juros. Mas para o chefe de pesquisa macroeconômica da Pictet Wealth Management, Frederik Ducrozet, a situação poderia ser pior dada a magnitude do “choque” nos rendimentos ajustados pela inflação. 

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Embora o PIB europeu esteja em declínio, as estimativas oficiais anteriores da produção econômica da zona do euro apontavam para um ligeiro aumento no primeiro trimestre. Na Alemanha, o produto interno bruto caiu 0,3% nos primeiros três meses de 2023, com consumidores afetados pelo preço da energia.

+ Adotando o euro, Croácia dá os últimos passos para entrar na UE

A evidência de uma recessão na zona do euro complica a tarefa do Banco Central Europeu, que vai se reunir na próxima semana para definir as taxas de juros. A inflação ainda está três vezes acima da meta do banco, mas aumentar ainda mais os juros para derrubá-la pode prejudicar a economia.

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“Acreditamos que o PIB provavelmente se contrairá novamente [no segundo trimestre], à medida que os efeitos do aperto da política monetária continuarem a se manifestar”, disse Kenningham, da Capital Economics, em uma nota de pesquisa.

Agora, tanto a zona do euro como toda a União Europeia estão atrás da economia dos Estados Unidos. Enquanto o PIB da Europa caiu, a do outro lado do Atlântico aumentou em 0,3% no primeiro trimestre, logo após um aumento de 0,6% no final do ano passado, informou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Assim, ao comparar o crescimento com o quarto trimestre de 2022, a economia americana cresceu 1,3% só no período de janeiro a março deste ano. 

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