O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira, 19, em entrevista à AFP, que a situação na região de Kharkiv, de onde a cidade homônima, a segunda maior do país, é capital, foi “controlada”, mas não está “estabilizada”.
A Rússia fez um ataque surpresa na região no último dia 10 — a agência de notícias estima que as forças russas tiveram os maiores ganhos na guerra desde o final de 2022 ao conquistarem 278 quilômetros quadrados em uma semana.
Segundo Zelensky, as tropas russas avançaram entre 5 e 10 quilômetros ao longo da fronteira nordeste antes de serem detidas pela Ucrânia. O presidente alertou que os combates podem ser a “primeira onda” de uma ofensiva mais ampla no nordeste do país.
“Não direi que é um grande sucesso [para a Rússia], mas temos de manter a sobriedade e compreender que eles estão se aprofundando no nosso território”, afirmou o ucraniano.
Zelensky ainda reiterou o apelo para que os aliados da Ucrânia enviem ajuda, pedindo aviões de defesa. “Hoje, temos cerca de 25% do que precisamos para defender a Ucrânia. Estou falando de defesa aérea”, disse. De acordo com ele, são necessários de 120 a 130 caças F-16 ou outras aeronaves equivalentes para combater a Rússia.
Com soldados exaustos — muitos lutam há mais de dois anos —, o exército ucraniano sofre no recrutamento de combatentes. Neste sábado, entra em vigor uma lei que causou polêmica no país: reduz a idade em que os homens podem ser convocados, de 27 para 25 anos, e endurece a pena para aqueles que evitam ser chamados.
A Ucrânia também rejeitou uma proposta que possibilitaria aos soldados que serviram durante mais de 36 meses a opção de ser dispensados.