Zelensky promete apresentar a Biden plano de paz para guerra na Ucrânia
Proposta a ser detalhada em setembro inclui medidas econômicas e diplomáticas para fim do conflito com a Rússia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira, 27, que planeja apresentar um plano para pôr fim à guerra contra a Rússia ao seu homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden, e aos seus possíveis sucessores no comando da Casa Branca, a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump. Mas ele ressaltou que, antes de abrir um diálogo com Moscou, Kiev precisa estar em uma posição forte para as negociações.
“O ponto principal deste plano é forçar a Rússia a acabar com a guerra. E eu quero muito (que isso seja) justo para a Ucrânia”, afirmou ele a repórteres.
O projeto de paz, segundo Zelensky, inclui os ganhos obtidos na invasão ucraniana na região russa de Kursk, em andamento há três semanas. Ao longo da operação, Kiev alegou que tomou controle de 100 assentamentos desde seu ataque surpresa à região fronteiriça em 6 de agosto. Esta já é considerada a maior invasão à Rússia desde a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de criar uma zona-tampão e desgastar as forças russas.
Além da ofensiva militar, o líder ucraniano explicou que o plano conta com medidas econômicas e diplomáticas para o fim do conflito, iniciado em fevereiro de 2022. Ele também informou que espera viajar para Nova York, nos EUA, para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. A declaração é um sinal de que Zelensky enxerga o fórum como um espaço para negociações, seguindo os passos da cúpula para paz, realizada em junho na Suíça, com a presença de cerca de 100 delegações ocidentais, a pedido da Ucrânia.
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Posicionamento russo
Na semana passada, ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, descartou qualquer discussão para uma bandeira branca no confronto após a incursão em Kursk. Putin, por sua vez, demandou que o presidente ucraniano aceite novas “realidades no terreno” — em setembro de 2022, a Rússia anexou as regiões de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk, que juntas representam 15% da Ucrânia, ao seu mapa.
Na coletiva, Zelensky destacou que não há chances de que Moscou dite os termos de acordo, já que “o diálogo hoje é, em princípio, vazio e sem sentido porque ele (Putin) não quer acabar com a guerra diplomaticamente”. Com o avanço em Kursk, Kiev controla uma área russa de cerca de 1.200 quilômetros quadrados no momento, de acordo com o governo ucraniano, que poderia ser usada como moeda de troca em negociações.