O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta-feira, 24, que seu país não está envolvido na suposta morte do chefe do Grupo Wagner, um exército mercenário russo, Yevgeny Prigozhin.
“Não tivemos nada a ver com isso”, afirmou o líder ucraniano, segundo a agência de notícias do país, Interfax.
Ele sugeriu, ainda, que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, estaria por trás do acidente de avião que matou Prigozhin. O Kremlin confirmou o óbito do líder mercenário, que estava na lista de passageiros do voo.
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“Todo mundo sabe quem tem algo a ver com isso”, declarou Zelensky.
Alguns especialistas sugeriram que Putin poderia estar por trás da queda de avião que matou 10 pessoas nesta quarta – mas é claro que isso não foi confirmado, e a causa ainda é desconhecida.
Na quarta-feira 23, a Tass, agência estatal de notícias da Rússia, informou que dez pessoas morreram numa queda de avião na região de Tver, no norte de Moscou, e que Prigozhin estava na lista de passageiros.
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A aeronave, fabricada pela Embraer, fazia um trajeto de Sheremetyevo, cidade próxima à capital, Moscou, até São Petersburgo. Havia sete passageiros e três funcionários a bordo. Ninguém sobreviveu, de acordo com o Ministério de Emergências da Rússia.
O Grupo Wagner é um exército de mercenários que foi empregado em diversas guerras, inclusive na atual invasão do território ucraniano pela Rússia.
O acidente ocorreu exatamente dois meses depois que Prigozhin, 62 anos, iniciou uma revolta em protesto contra a administração russa da guerra na Ucrânia. Ele liderou seus mercenários em um ataque noturno, capturando o quartel-general do Distrito Militar do Sul da Rússia, em Rostov-on-Don, sem que um tiro fosse disparado.
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Outro destacamento de combatentes do Grupo Wagner avançou para o norte, chegando a 200 quilômetros de Moscou no fim da tarde – antes de Prigozhin ordenar abruptamente que seus homens regressassem à base, após um acordo às pressas com o Kremlin.
Embora tenha fracassado, foi o maior desafio ao poder de Putin em duas décadas de poder. Na manhã da revolta, o presidente fez discursos descrevendo a situação “como uma facada nas costas”. Mesmo com o acordo, mediado por Aleksandr Lukashenko, presidente de Belarus, que perdoava todos os amotinados, mas os condenava a exílio em Belarus ou a juntar-se ao exército regular, o chefe do Grupo Wagner já parecia um homem marcado.
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Ele desapareceu por um tempo antes de publicar um vídeo noturno e bem granulado dirigindo-se a seus combatentes em uma nova base em Belarus. Também apareceu à margem de uma cúpula africana organizada por Putin em São Petersburgo e, na segunda-feira 21, soltou um vídeo na África, dizendo que estava em busca de novos recrutas.