Biden sugere que Putin pode estar por trás de queda de avião de Prigozhin
Líder do Grupo Wagner, que comandou rebelião fracassada contra Moscou há poucos meses, estava na lista de passageiros da aeronave
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sugeriu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pode estar por trás da queda de um avião que deixou dez mortos na região de Tver, ao norte de Moscou, nesta quarta-feira, 23. O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que comandou uma rebelião fracassada contra Moscou há poucos meses, estava na lista de passageiros.
“Vocês devem se lembrar, eu fui perguntado sobre disso”, disse Biden a jornalistas americanos, em referência a comentários feitos em julho de que Prigozhin deveria se preocupar com sua própria segurança após o motim fracassado. “Não sei ao certo o que aconteceu, mas não estou surpreso.”
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Ele então acrescentou que “não há muito que acontece na Rússia que Putin não esteja por trás, e não sei o suficiente para saber a resposta”.
Em uma entrevista à imprensa na Finlândia em julho, Biden brincou que se fosse Prigozhin “teria atenção com o que eu como, ficaria de olho no menu”, em referência a episódios de envenenamento cometidos por autoridades russas.
Enquanto circulam relatos de que Prigozhin aparentemente morreu, o presidente russo foi filmado aproveitando, contente, um concerto. Em imagens veiculadas pela televisão estatal russa, Putin fez um discurso no palco de um concerto em homenagem ao 80º aniversário da Batalha de Kursk, na II Guerra.
A aeronave, fabricada pela Embraer, fazia um trajeto de Sheremetyevo, cidade próxima à capital, Moscou, até São Petersburgo. Havia sete passageiros e três funcionários a bordo. Ninguém sobreviveu, de acordo com o Ministério de Emergências da Rússia.
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A agência Tass também afirmou que Prigozhin estava na lista de passageiros, uma informação atribuída à agência de aviação civil russa Rosaviatsia. No entanto, não ficou imediatamente claro se ele havia embarcado no voo. Segundo a agência Associated Press, relatos não confirmados disseram que o jato pertencia a Prigozhin.
O Grupo Wagner é um exército de mercenários que foi empregado em diversas guerras, inclusive na atual invasão do território ucraniano pela Rússia.
O grupo foi dissolvido neste ano, depois de uma tentativa falha de um golpe na Rússia em junho. Na ocasião, os mercenários marcharam em direção à capital, Moscou, com objetivo de destituir o ministro de Defesa russo por “má administração” da guerra.
O desentendimento começou após Prigozhin acusar o governo russo de promover um ataque contra bases da sua organização e a tensão vinha crescendo há meses. O líder mercenário também já havia reclamado que não havia equipamento suficiente para os combates na Ucrânia e que o presidente russo, Vladimir Putin, tomava para si vitórias obtidas pelos seus combatentes.
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O motim, embora fracassado, foi a maior ameaça a Putin em suas duas décadas de poder. Após algumas horas de marcha, a rebelião foi interrompida. Por meio de um acordo, o presidente russo teria perdoado o chefe do Grupo Wagner, que deveria ir para a vizinha Belarus em exílio.
Desde então, apareceu publicamente poucas vezes. Na segunda-feira 21, ele publicou no Telegram o primeiro vídeo após a rebelião, seu principal método de comunicação com o público. Na filmagem, indicou estar em algum país da África, recrutando “homens corajosos” para seu exército mercenário. Não se sabe, contudo, em que data o vídeo foi gravado.