O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que os soldados russos que atacarem a usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul do país, serão “alvos especiais” das forças ucranianas. Kiev alertou também que o Kremlin pode alegar falsamente que os ataques à maior usina nuclear da Europa são de responsabilidade da Ucrânia.
Zelenskiy afirmou que qualquer pessoa que dê ordens para ataques a Zaporizhzhia ou cidades próximas deve ser julgada por um tribunal internacional, já que a preocupação com a segurança do local nuclear continua alta.
“Todo soldado russo que atira contra a planta, ou atira usando a planta como cobertura, deve entender que se torna um alvo especial para nossos agentes de inteligência, para nossos serviços especiais, para nosso exército”, disse Zelenskiy em um discurso em vídeo na noite de sábado 13.
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Ele pediu novas sanções contra a Rússia que “necessariamente bloqueariam a indústria nuclear russa” e argumentou que “absolutamente todos os funcionários do estado terrorista, bem como aqueles que os ajudam nesta operação de chantagem com a usina nuclear, devem ser julgados por um tribunal internacional”.
Soldados russos capturaram Zaporizhzhia – responsável por 20% das necessidades de energia da Ucrânia – no início da guerra. Dois de seus seis reatores continuam operando e a Ucrânia disse que a Rússia está tentando reconectar a usina à Crimeia, sob controle de Moscou desde 2014, e cortar o fornecimento de eletricidade para as cidades ucranianas.
O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak acusou a Rússia de atacar a parte da usina nuclear onde é gerada a energia que alimenta o sul da Ucrânia. “O objetivo é nos desconectar da [fábrica] e culpar o exército ucraniano por isso”, disse Podolyak.
Autoridades locais alertaram que a Rússia está tentando fingir que os ataques à usina são todos ucranianos. Dmytro Orlov, prefeito de Enerhodar, cidade onde está localizado o reator de Zaporizhzhia, disse que os russos posicionaram uma arma de alta potência e controle remoto com uma bandeira ucraniana na cidade.
Moradores que ainda estão na cidade começaram a lotar as estradas na saída de Enerhodar no sábado, denunciando preocupação de que o conflito entre os dois lados possa escalar ainda mais.
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A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que está tentando inspecionar a usina, alertou sobre um possível desastre nuclear, a menos que os combates cessem. Especialistas temem as piscinas de combustível usado da usina e os reatores sejam danificados, embora as paredes de concreto de áreas-chave sejam projetadas para resistir a impactos.
No domingo 14, 42 países, incluindo Estados Unidos, Japão e Reino Unido, além da União Europeia, pediram à Rússia que retire imediatamente as forças militares da usina e de todo o país para proteger o local.
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“A presença de forças militares russas na usina nuclear de Zaporizhzhia impede que os operadores e as autoridades ucranianas cumpram suas obrigações de segurança nuclear e de radiação”, disseram em comunicado.