Zelenski deve conquistar a maioria do parlamento da Ucrânia
Com promessas de reformas e cessar-fogo com a Rússia, presidente ucraniano não precisará se aliar a partidos tradicionais para governar
Com 70% das urnas apuradas na eleição legislativa da Ucrânia, o ex-comediante e agora presidente, Volodimir Zelenski, está prestes a conquistar a maioria das cadeiras no Parlamento e evitar coalizões com outros partes. Até o momento, o partido Servo do Povo — nome de seu programa de televisão — obteve 44,6% dos votos. As projeções de vários meios de comunicação ucranianos mostram que poderá obter pelo menos 226 assentos de um total de 450 no Parlamento.
Durante a corrida presidencial, Zelenski alavancou sua candidatura com um discurso antissistema, anticorrupção e pró-ocidente. Uma de suas promessas, dada como prioridade caso vencesse o pleito, é a de negociar um cessar fogo na região de Donbas, onde separatistas pró-Rússia controlam a região. Eleito em abril, o ex-comediante não tinha representação no Parlamento. Dissolveu a casa em maio e convocou novas eleições.
A insatisfação popular na Ucrânia com o combate à corrupção e o com o crescimento econômico no governo anterior levaram os ucranianos a exigir uma onda de renovação no parlamento. De todas as cadeiras, cerca de 60% darão lugar a pessoas que não têm passado na política.
O partido Golos (Voz) do músico ucraniano Sviatoslav Vakarchuck conseguiu, até o momento, 6,4% dos votos alcançando o mínimo necessário para ter direito aos assentos no Parlamento — a cláusula de barreira é de 5% dos votos. Vakarchuck também não tem experiência em política e não descarta uma aliança com a sigla de Zelenski.
Mais três partidos conseguiram entrar no Parlamento, sendo eles: Solidariedade Europeia, sigla do ex-presidente Petro Poroshenko, conseguiu 8,7% dos votos; Pátria, da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, teve 8%; e Plataforma de Oposição, único partido pró-Rússia com representação no Parlamento, obteve 12,8%.
De um total de 450 assentos, 26 antes ocupados pela Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014, e nos territórios separatistas, ficarão em suspenso.