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Xi Jinping se encontra com Putin para ‘nova era’ nas relações bilaterais

Pequim e Moscou são grandes parceiros comerciais e vêm se aproximando politicamente; líderes rejeitaram intervenção militar na Venezuela

Por Da Redação
Atualizado em 5 jun 2019, 16h25 - Publicado em 5 jun 2019, 12h29
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  • O presidente da China, Xi Jinping, se encontrou com o russo Vladimir Putin nesta quarta-feira, 5. A visita do chinês a Moscou busca abrir uma “nova era” de amizade e fortalecer as relações econômicas entre os dois gigantes, em um contexto de conflito comercial com Washington.

    Xi desembarcou na Rússia na parte da manhã e foi recebido no Kremlin por Putin. “Estou convencido de que esta visita vai resultar em novos e impressionantes sucessos” em relações bilaterais “que serão cada vez melhores”, declarou o chinês no início do encontro.

    Em uma entrevista à agência de notícias russa TASS, o líder chinês afirmou ainda que o presidente russo é seu “melhor e mais íntimo amigo”.

    “Nos últimos anos, as relações entre a Rússia e a China atingiram um nível sem precedente”, sublinhou Putin, ao exprimir a certeza de que a visita fornecerá “um importante impulso suplementar ao desenvolvimento das relações bilaterais.”

    Os dois líderes também rejeitaram uma possível intervenção militar contra o governo de Nicolás Maduro.

    A declaração conjunta emitida ao término das negociações pede a todas as partes envolvidas no conflito venezuelano que apoiem “uma solução pacífica para os problemas no país por meio de um diálogo político inclusivo” e se oponham a “uma intervenção militar na Venezuela”.

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    O encontro será seguido de uma recepção em honra ao dirigente chinês e por uma apresentação de balé no Teatro Bolshoi por ocasião dos setenta anos do estabelecimento das relações entre os dois países.

    Posteriormente, Xi viajará para São Petersburgo, onde será o convidado de honra do Fórum Econômico, que reúne líderes e representantes de cerca de 1.800 empresas russas e estrangeiras de cerca de 75 países.

    “Esta visita é um evento crucial para nossas relações bilaterais”, disse na terça um conselheiro do Kremlin, Iuri Uchakov, que lembrou que a ex-União Soviética foi “a primeira a reconhecer a República Popular da China” após sua proclamação, em 1949.

    Xi e Putin também devem assinar uma declaração conjunta sobre “o fortalecimento das relações, da parceria em escala global e a cooperação estratégica, que entram em uma nova era”.

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    Durante sua visita, Xi entregará dois pandas gigantes ao zoológico da capital russa. “Este animal é o símbolo da China, e nossos parceiros chineses atribuem grande importância a ele”, afirmou Uchakov.

    Parceiros comerciais e políticos

    Além dos tradicionais laços de amizade, a China “é o parceiro comercial mais importante da Rússia”, lembrou o conselheiro. Em um contexto de fortes tensões entre a Rússia e os países ocidentais, o intercâmbio comercial entre Moscou e Pequim aumentou 25% em 2018 para “atingir um nível recorde de 108 bilhões de dólares”, assegurou Uchakov.

    A Rússia, cuja economia é duramente atingida por sanções europeias e americanas desde 2014 devido à crise na Ucrânia e à anexação da Crimeia, “está realmente se voltando para o mercado chinês”, aponta o analista russo Alexander Gabuiev.

    Ao mesmo tempo, Pequim tornou-se “um investidor muito importante” na economia russa e mantém financiamento público e privado no país.

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    Do ponto de vista político, a aproximação dos dois membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que geralmente votam em uníssono, parece definir coincidências. “As posições da Rússia e da China são muito próximas ou coincidem inteiramente na maioria dos assuntos internacionais”, disse Uchakov.

    Essa coincidência se manifesta em assuntos como a questão nuclear na Coreia do Norte, o conflito na Síria, a crise na Venezuela ou o acordo sobre a política nuclear do Irã. Todas essas questões serão discutidas por Xi e Putin, segundo o conselheiro.

    Os dois líderes também deverão debater “as relações entre a Rússia e a China com as grandes potências ocidentais, especialmente os Estados Unidos”, indicou.

    China e Rússia atravessam um período de fortes tensões com os Estados Unidos. As relações russo-americanas são seriamente prejudicadas por acusações de interferência eleitoral e numerosos desentendimentos sobre desarmamento. Enquanto isso, a China e os Estados Unidos estão em uma guerra comercial sem fim.

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    Nesse quadro, em suas conversas, Xi e Putin pretendem “reafirmar seu apoio mútuo e garantir que os laços sino-russos não sejam afetados pelas mudanças na situação internacional”, de acordo com o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Zhang Hanhu.

    (Com AFP)

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