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Vinte e quatro países realizam expulsão em massa de diplomatas russos

Segundo premiê britânica, trata-se da “maior expulsão coletiva de agentes de inteligência russa na história"

Por Da redação
Atualizado em 27 mar 2018, 00h47 - Publicado em 26 mar 2018, 22h52

Ao longo desta segunda-feira, 24 países em três continentes confirmaram a expulsão de 140 diplomatas russos suspeitos de estarem ligados aos serviços de inteligência como represália pela tentativa de assassinato de um ex-espião russo na Inglaterra.

Mais cedo, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, havia agradecido o “esforço coletivo” dos 18 países aliados que haviam expulsado cerca de 100 diplomatas russos até aquele momento. A primeira-ministra qualificou os diplomatas de “agentes da inteligência” de Moscou.

“Trata-se da maior expulsão coletiva de agentes da inteligência russa na história”, disse May durante pronunciamento na Câmara dos Comuns. No momento em que falava à câmara baixa do Parlamento britânico, outros 14 Estados-membros da União Europeia (UE), além do próprio Reino Unido, bem como os Estados Unidos, Canadá e Ucrânia, haviam anunciado medidas retaliatórias contra “as continuadas tentativas da Rússia de violar o direito internacional”.

“Como democracia europeia soberana, o Reino Unido se manterá ombro a ombro com a União Europeia e a Otan para enfrentar essas ameaças”, acrescentou May, ressaltando a “enorme solidariedade” que o Reino Unido encontrou por parte de “amigos e aliados”.

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Ao longo do dia, outros seis países se juntaram ao coro internacional, expulsando mais 40 diplomatas russos de seus territórios.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, comemorou a decisão dos parceiros britânicos, dizendo que essas medidas ajudariam “a defender a segurança compartilhada”. O ministro ressaltou que “a Rússia não pode quebrar normas internacionais com impunidade”.

Londres considera o Kremlin responsável pelo envenenamento –em local público– do ex-agente duplo, Sergei Skripal, e de sua filha, Yulia, com uma substância química de uso militar desenvolvida pela ex-União Soviética e de utilização proibida, a qual ataca o sistema nervoso central ao ser absorvida pela pele.  O ataque ocorreu em 4 de março em Salisbury, sul da Inglaterra. Desde então Moscou vem trocando farpas com Londres e com aliados britânicos.

Skripal e Yulia seguem em estado crítico. Uma terceira pessoa, um policial britânico que entrou em contato com a substância, também foi hospitalizada com menor grau de envenenamento e já foi liberado do hospital.

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Na semana passada, líderes da UE respaldaram a posição britânica dizendo ser “altamente provável” que o Estado russo esteja por trás do envenenamento.

Expulsões em massa de diplomatas russos

Até a noite de segunda feira, 24 países em três continentes diferentes haviam anunciado expulsões de diplomatas russos identificados como agentes de serviços de inteligência se passando por oficiais diplomáticos em seus territórios. As expulsões anunciadas por cada país até o momento:

Europa

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– Dezessete países da União Europeia (em azul no mapa acima) expulsaram 57 diplomatas russos: o Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos; Alemanha, França e Polônia expulsaram quatro diplomatas cada; Lituânia e República Tcheca expulsaram três cada; dois diplomatas russos foram expulsos na Dinamarca, na Espanha, na Holanda, na Itália e na Romênia; e, por fim, Croácia, Estônia, Finlândia, Hungria, Letônia e Suécia expulsaram um russo cada.

– Outros quatro países europeus expulsaram mais 17 diplomatas russos:  Ucrânia (13 expulsos), Albânia (2), Macedônia (1) e Noruega (1).

Diversos países da União Europeia informaram que ainda pretendem expulsar outros diplomatas enviados por Moscou, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, falou que “não foram excluídas medidas adicionais” no âmbito da União nos próximos dias.

América do Norte

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– O Canadá anunciou a expulsão de quatro diplomatas russos. 

– Os Estados Unidos irão expulsar 60 diplomatas da Rússia: como retaliação ao ataque contra Skripal, os americanos estão expulsando 48 diplomatas da Embaixada russa em Washington e 12 diplomatas da Missão da Rússia junto às Nações Unidas (ONU) em Nova York. Além disso, os americanos anunciaram o fechamento do Consulado-Geral da Rússia em Seattle, no noroeste do país, devido a sua proximidade à base da Boeing (que, além de aviões, produz equipamento militar) e de uma base de submarinos. Washington acusa os oficiais expulsos de terem realizado tarefas de inteligência sob o manto da imunidade diplomática.

Oceania

– A Austrália anunciou a expulsão de dois diplomatas russos.

Reação da Rússia

O governo russo assegurou que responderá de maneira “recíproca” às expulsões ordenadas contra pessoal das suas missões diplomáticas. Em tom jocoso, a Embaixada da Rússia nos Estados Unidos fez uma enquete através do Twitter perguntando aos internautas qual Consulado-Geral americano na Rússia deveria ser fechado.

A Rússia é cada vez mais vista como um agente desestabilizador no mundo por conta do populismo do presidente Vladimir Putin, que busca ganhos políticos domésticos através da exacerbação do orgulho patriótico e nacionalista de sua população.

Os russos têm realizado exercícios militares que desrespeitam o espaço aéreo de diversos outros países; desestabilizaram a Ucrânia, tomando e anexando a península da Crimeia deste país; têm feito ataques cibernéticos para polarizar sociedades democráticas e influenciar seus processos internos, além de ser um dos principais empecilhos para o fim do conflito na Síria e a mudança no regime de Bashar Assad.

(Com EFE)

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