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Vieira faz maratona de bilaterais antes de reunião do G20

Argentina, China, Angola, Indonésia e contando: chanceler brasileiro corre com encontros antes de chefiar reunião de chanceleres no Rio

Por Amanda Péchy
Atualizado em 21 fev 2024, 12h08 - Publicado em 21 fev 2024, 12h08

O Rio de Janeiro recebe nesta quarta-feira, 21, os ministros das Relações Exteriores dos membros do G20, bloco que reúne as maiores economias do mundo, sob presidência do Brasil desde dezembro do ano passado, para o primeiro de dois dias de reunião. O evento será liderado pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que, antes disso, faz uma maratona de encontros bilaterais com seus pares do bloco.

Argentina

Nesta manhã, Vieira reuniu-se com Diana Mondino, sua homóloga na Argentina. Segundo o Itamaraty, os dois trataram das relações Brasil-Argentina e das prioridades para a região da América Latina na presidência brasileira do G20, posto que ocupa pela primeira vez na rotatividade entre os membros do bloco.

Embora os países sempre tenham sido próximos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve encontrar mais dificuldades agora que o presidente hermano é o ultraliberal Javier Milei. Desde a disputa eleitoral, o autointitulado anarcocaptalista havia mirado sua língua afiada no petista, referindo-se a ele como “ladrão”, “comunista furioso” e “ex-presidiário”, além das promessas de retirar a Argentina do Mercosul.

Devido a atritos, o petista faltou à posse do argentino, que havia prometido, caso fosse eleito, romper relações com o Brasil e retirar a Argentina de organizações internacionais defendidas por Lula, como o Mercosul e o Brics, embora depois tenha moderado o discurso.

Integrantes do governo brasileiro, por sua vez, apoiaram a candidatura de Sergio Massa, atual ministro da Economia do governo de Alberto Fernández, que disputou o segundo turno contra Milei. E, quando o resultado das eleições foi divulgado, Lula publicou uma mensagem no X, antigo Twitter, parabenizando o novo presidente, mas sem mencionar o nome de Milei especificamente. 

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China

O vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, também veio ao Rio de Janeiro para a reunião dos chanceleres do G20. Antes disso, ele e Vieira “passaram em revista as relações bilaterais, com destaque para a próxima COSBAN, prevista para junho”, disse o Itamaraty.

A Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN) é o principal mecanismo de diálogo regular entre o Brasil e a China e congrega, no novo formato agora aprovado, dez subcomissões temáticas: Política; Econômico-Comercial e de Cooperação; Econômico-Financeira; Indústria, Tecnologia da Informação e Comunicação; Agricultura; Temas Sanitários e Fitossanitários; Energia e Mineração; Ciência, Tecnologia e Inovação; Espacial; e de Cultura e Turismo.

Lula viajou à China no ano passado, onde assinou cerca de 20 acordos comerciais com Pequim. A corrente de comércio Brasil-China ampliou-se de forma marcante desde o início do século. De US$ 3,2 bilhões em 2001, passou para US$ 150,5 bilhões em 2022 (montante recorde, superior ao volume alcançado no ano anterior, de US$ 135,5 bilhões). A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009.

Egito

Vieira reuniu-se ainda com o ministro Sameh Shoukry, do Egito, um importante player no âmbito da guerra Israel-Hamas na Faixa de Gaza. O Itamaraty informou que os dois trataram justamente das negociações em curso para um cessar-fogo e para a libertação dos reféns ainda em poder do Hamas.

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“O ministro Mauro Vieira reiterou as gestões do Brasil em favor da libertação dos reféns, com especial atenção ao caso de cidadão brasileiro que estaria ainda em cativeiro”, disse o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, acrescentando que os dois discutiram o aprofundamento das relações bilaterais, depois da recente visita do presidente Lula ao Egito.

A reunião dos chanceleres ocorre em meio a uma crise diplomática entre Brasil e Israel, desencadeada por uma fala em que Lula comparou as ações militares israelenses contra os palestinos em Gaza ao Holocausto, que matou mais de 6 milhões de judeus durante o regime nazista de Adolf Hitler. “Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente brasileiro.

Indonésia e Angola

O Itamaraty também informou que Vieira já encontrou-se com a chanceler da Indonésia, Retno Marsudi, e o ministro para a cooperação econômica de Angola, José de Lima Massano. Angola é uma das convidadas especiais da cúpula. Também foram chamados Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega, Portugal, Singapura, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Mais de 10 entidades também receberam convite, como as Nações Unidas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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