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Vices de Obama e Romney travam debate acalorado

O democrata Joe Biden e o republicano Paul Ryan discutiram sobre política externa e temas domésticos. Vice de Obama teve postura dura no encontro

Por Da Redação
12 out 2012, 00h41

Os candidatos a vice-presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden – vice do presidente Barack Obama – e o republicano Paul Ryan – vice do desafiante Mitt Romney – se enfrentaram na noite desta quinta-feira em um debate tenso, marcado por trocas de acusações e momentos acalorados, com Biden partindo para a ofensiva constantemente na tentativa de recolocar a campanha democrata no rumo depois do fraco desempenho de Obama no primeiro debate contra Romney, na semana passada.

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O encontro, realizado no auditório do Centre College, em Danville, Kentucky, começou às 22h02 (em Brasília) e durou 90 minutos, sendo dedicado a temas tanto domésticos quanto de política externa. A menos de quatro semanas das eleições de 6 de novembro, foi o único debate entre os candidatos a vice, encarado pela campanha democrata como uma revanche, com Biden tendo a missão de recuperar terreno para Obama, que caiu nas pesquisas desde o embate contra Romney.

Líbia – Logo na pergunta de abertura, a mediadora Martha Raddatz, da rede ABC News, tocou num ponto delicado: se o ataque ao consulado americano em Bengasi, na Líbia, que resultou na morte de três funcionários e o embaixador americano Chris Stevens, ocorreu devido a uma falha de segurança.

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“O governo nunca recebeu nenhuma petição por parte da embaixada na Líbia de que necessitavam de mais proteção. Nada do que foi dito é verdadeiro”, afirmou Biden. “Vamos chegar ao fundo do assunto e encontrar o homem que causou aquilo”, garantiu. Ryan, por sua vez, criticou a demora do presidente Barack Obama em tratar o ataque como um atentado terrorista, o que demonstraria que a política externa do governo democrata estaria “desmoronando”.

“Não deveríamos ter um destacamento militar para proteger nosso embaixador em Bengasi?”, questionou o republicano, avaliando que os recentes ataques antiamericanos no mundo árabe demonstram que “quando damos a impressão de sermos fracos, nossos inimigos são mais inclinados a nos testar”.

“Esta questão em Bengasi seria uma tragédia em si”, afirmou Ryan. “Mas infelizmente, é um indício de um problema mais amplo, e o que estamos vendo é o desmoronamento da política externa de Obama, que está tornando as coisas mais caóticas e deixando-nos menos seguros”, criticou. Biden contra-atacou: “Com todo o respeito, isto é um monte de tolice”, afirmou o democrata. “Nada do que ele disse é correto”, acrescentou. Porém, o vice-presidente admitiu que o governo foi mal informado pelas agências de inteligência na sequência do ataque e disse que haverá uma investigação para garantir que os mesmos erros não voltem a ser cometidos.

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O Irã também levou os dois adversários a discutir sobre a possibilidade de guerra dos EUA contra a república islâmica. Depois de Ryan acusar o governo Obama de ter tido quatro anos para impedir a evolução do programa nuclear de Teerã, Biden respondeu: “Impusemos a maior sanção da história (contra o Irã). Vocês querem ir à guerra agora. A última coisa que precisamos é de uma guerra”, rebateu o democrata. “Queremos evitar a guerra”, contestou Ryan, para em seguida admitir que, entre uma nova guerra no Oriente Médio e a presença de um Irã nuclear, a segunda hipótese seria a pior.

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Economia – A política econômica do governo Obama também foi alvo de ataques de Paul Ryan. O companheiro de chapa de Romney repetiu acusações republicanas de que a economia vai “na direção errada” e disse que os dados recentes, como o atual índice de desemprego de 7,8%, “não parecem ser uma recuperação”. Se Romney for eleito, ele prometeu a economia crescerá 4% ao ano e 12 milhões de empregos serão criados – esse número, porém, já é previsto pelos órgãos do próprio governo americano.

Biden revidou, acusando Romney de ter aconselhado o governo a “deixar à bancarrota” a indústria automobilística dos EUA, que se reergueu durante o governo Obama. Além disso, o democrata foi irônico ao dizer que Ryan não sabe ler estatísticas, em referência ao fato de a taxa de desemprego ter caído a 7,8% em setembro – a taxa mais baixa nos últimos quatros anos.

Saúde – Quando o assunto discutido foi saúde, Biden criticou o plano dos republicanos para o Medicare (programa de saúde para idosos e deficientes) e também o projeto para a previdência social. O vice de Obama disse que os republicanos planejam privatizar a previdência. Ele também defendeu a reforma de saúde parcialmente executada pelo presidente Barack Obama desde 2009.

“Nós economizamos 700 bilhões de dólares do Medicare” evitando fraudes e desperdícios com seguradoras de saúde, afirmou o vice-presidente “Ele sabe disso, que cada paciente custava milhares de dólares a mais para o governo”, disse Biden falando para Ryan. “Nós não vamos privatizar a seguridade social”, disse Biden.

Questionado sobre se iria privatizar a previdência, Ryan disse que o plano, na era do presidente George W. Bush, era privatizar a previdência “só para os jovens. Eles teriam a escolha”, disse. O congressista republicano retirou o projeto do Congresso em 2011. “Não é verdade” que os jovens teriam escolha, disse Biden. Já Ryan criticou várias vezes a reforma da saúde, chamada de Obamacare.

(Com agências Estado e France-Presse)

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