As fronteiras da Venezuela com o Brasil e com Aruba foram reabertas nesta sexta-feira, 10, por instrução do presidente Nicolás Maduro, depois de 77 dias fechadas. Ao anunciar a medida, o vice Tareck El Aissami justificou que a decisão faz parte das “novas relações de respeito com os países irmãos” esperadas pelo regime de Caracas.
A medida sinaliza a intenção do regime de Maduro de melhorar as suas relações com o governo de Jair Bolsonaro, que tem claramente defendido a derrocada do líder venezuelano. O próprio Maduro, porém, esquivou-se de apresentar a decisão.
Aissami, porém, sublinhou que as fronteiras da Venezuela com a Colômbia, Bonaire e Curaçao continuarão fechadas “até que acabem as posições de hostilidades, de assédio e de facilitação da entrada de grupos paramilitares para agredir o nosso povo”.
“(Decidimos) estabelecer toda a vida econômica, social, política e cultural que se dá em nossa fronteira com o Brasil, o comércio de bens e serviços etc”, afirmou o vice-presidente venezuelano.
“Gradualmente, iremos estabelecer e consolidar os mecanismos de controle fronteiriço para que esta fronteira seja cada vez mais robusta e traga desenvolvimento econômico e produtivo e que beneficie ambos os povos e ambas as nações.”
A iniciativa do regime de Maduro envolve também o compromisso de restabelecer as vias diplomáticas para a superação das “ações de ingerência inaceitáveis e violatórias do direito internacional”, segundo Aissami. O Brasil mantém suas representações diplomáticas na Venezuela, mas teve seu embaixador Ruy Pereira expulso no ano passado, por determinação do governo.
A divisa com o Brasil em Pacaraima (RR) fora bloqueada pela Venezuela em 22 de fevereiro passado, quando o governo brasileiro se mobilizava para entregar sua ajuda humanitária e também a dos Estados Unidos ao país vizinho. O regime considerou essa iniciativa, e a que se dava pela divisa com a Colômbia, uma tentativa de intervenção militar no país.
O fechamento da fronteira provocou vários confrontos entre venezuelanos e soldados da Guarda Nacional Bolivariana, inclusive com ataques do lado brasileiro. Durante os 77 dias em que esteve bloqueada, a fronteira foi cruzada em outros pontos por venezuelanos em busca de refúgio ou de provisões em Pacaraima.
A iniciativa do regime de Maduro envolve também o compromisso de restabelecer as vias diplomáticas para a superação das “ações de ingerência inaceitáveis e violatórias do direito internacional”, segundo Aissami. O Brasil mantém suas representações diplomáticas na Venezuela, mas teve seu embaixador Ruy Pereira expulso no ano passado, por determinação do governo.