Venezuela: marcha opositora mobiliza multidão em Caracas
A oposição divulgou o destino final da manifestação de última hora, para tentar driblar a repressão do regime de Maduro
Por Da redação
Atualizado em 8 abr 2017, 14h55 - Publicado em 8 abr 2017, 14h13
Os manifestantes começaram a marchar em direção a Defensoria do Povo em Caracas, capital da Venezuela. O anúncio foi feito pelo governador do estado de Miranda, Henrique Capriles. Na sexta-feira, o líder opositor foi proibido de disputar cargos públicos por quinze anos.
Na concentração, no bairro de Chacao, os presentes fizeram um minuto de silêncio pelo assassinato do estudante Jairo Ortiz, que levou um tiro no peito durante um protesto no município de Carrizal, no estado de Miranda.
A opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) não havia divulgado o destino final da manifestação, como parte de uma nova estratégia para evitar a repressão das forças de segurança do governo. Este é o quarto protesto em uma semana para exigir a restituição da ordem constitucional, a destituição dos juízes da Sala Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça e a realização de eleições.
A polícia judiciária da Venezuela divulgou no Twitter fotos de manifestantes opositores, classificados por ela de “geradores de violência”, para solicitar informações sobre o seu paradeiro.
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“A fim de garantir a PAZ da Vzla, se você tiver informações sobre este gerador de violência, notifique de maneira anônima ao @0800CICPC24”, afirma a legenda que acompanha sete fotos, incluindo a de duas mulheres, que foram publicadas na noite de sexta-feira na rede social.
Nesta versão digital de um cartaz de “Procurados”, o nome dos suspeitos não é relatado, apenas as fotos, tiradas supostamente na manifestação da última quinta-feira em uma rodovia de Caracas, que terminou com violentos confrontos com as forças de segurança, com cerca de vinte feridos e 30 detidos.
Para Inti Rodriguez, diretor da organização de direitos humanos Provea, a medida da polícia “coloca a vida destas pessoas em risco”.
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“Poderia gerar uma incitação ao ódio. Buscam que todas as pessoas sejam delatoras e que qualquer uma de forma anônima faça uma denúncia, e isso depois se constitui em uma prova para um processo penal, contradizendo nossa Constituição e leis”, explicou Rodríguez ao site de notícias Efecto Cocuyo.
O presidente Nicolás Maduro acusa a oposição de conspirar para derrubá-lo. Diante desta ameaça, criou um “comando antigolpe”, cujas operações incluem a formação de informantes e levaram à detenção de meia dezena de opositores, incluindo um deputado suplente.
(Com AFP)
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