Veneza diz que venceu a Covid-19 e está pronta para receber turistas
Prejudicada por inundações no ano passado, cidade busca ressuscitar o turismo, que atrai 70 milhões de visitantes por ano e gera 112,6 bi de reais
Veneza superou a crise do coronavírus e está pronta para receber turistas, informou nesta quarta-feira, 20, o governo do Vêneto, na Itália. A região concentra cerca de 8,4% do total de casos e 5,6% das mortes do país, duramente castigado pela Covid-19. Os negócios e as praias foram reabertos, com regras de distanciamento social.
“No Vêneto, os turistas estarão mais tranquilos do que em suas casas”, disse o presidente regional, Luca Zaia, durante entrevista coletiva por meio de videoconferência na qual garantiu que todos estarão em total segurança.
O Vêneto é a região da Itália que recebe mais turistas, cerca 70 milhões de visitas por ano, o que resulta em faturamento de 18 bilhões de euros (112,6 bilhões de reais). O governante relembrou que, antes da pandemia de coronavírus, Veneza havia sofrido com graves inundações, que chegaram a fechar a cidade.
Zaia garantiu “férias sem Covid-19” para os visitantes. O presidente regional explicou que o índice de contágio de Vêneto é cerca de 0,4 – o nível considerado ideal para a reabertura é menor de 1. Além disso, não há pacientes em estado grave na região há várias semanas.
No entanto, o governante fez um apelo para que a população não se descuide, depois que grupos de pessoas se aglomeraram nas ruas sem usar máscara e consumiram bebidas alcóolicas para comemorar o fim da quarentena.
“Temos de entender agora que, nós, os cidadãos, somos o verdadeiro tratamento contra o coronavírus”, disse Zaia, que ameaçou fechar estabelecimentos comerciais caso a população não se comprometa com as regras de proteção e de distanciamento social.
A Itália registrou 161 novas mortes nas últimas 24 horas, um número quase idêntico ao de terça-feira 19. Havia chegado a menos de 100 na última segunda-feira 18. O número total de mortes agora é de 32.330, de acordo com os últimos dados oficiais divulgados nesta quarta-feira pela Defesa Civil. O número total de mortes no país é de 32.330, e o de infecções, 227.364.
Segundo o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, o país superou o pico de contágios, mas o vírus “não acabou”. “Não é hora de festejar e voltar à vida noturna. Caso contrário, a curva subirá novamente”, disse Conte.
A União Europeia recentemente apresentou um projeto para ressuscitar a indústria do turismo na Europa, responsável por grande parte da produção econômica da região. O plano é estabelecer “corredores turísticos”, ou seja, acordos de reabertura de fronteiras entre um ou mais países com perfis similares de risco de coronavírus para permitir viagens durante o verão europeu.
Diversos estados membros, como Alemanha, Espanha e Grécia, já anunciaram planos independentes para a retomada do turismo. Contudo, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) afirmou que a perspectiva de uma segunda onda de infecções já não é mais uma teoria distante, e o turismo pode contribuir para o ressurgimento da Covid-19.
“A questão é quando e qual o tamanho [da segunda onda], em minha opinião”, disse Andrea Ammon, diretora do ECDC.
(Com EFE)
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