A variante Delta do coronavírus já representa 83% dos casos registrados de Covid-19 nos Estados Unidos, em um “aumento drástico” que coincide com uma alta de quase 48% no número de mortes na última semana no país.
Os dados foram apresentados nesta terça-feira, 20, pela diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), Rochelle Walesnky, durante audiência ao Senado.
“O CDC calcula que a variante Delta representa agora 83% dos casos sequenciados. É um aumento drástico em relação aos 50% da semana de 3 de julho”, destacou Walensky.
Em áreas onde os índices de vacinação são menores, a porcentagem dos casos da variante Delta, mais transmissível e detectada pela primeira vez na Índia, “é superior” aos 83%, salientou a diretora.
A cepa já é dominante em pelo menos 25 países, como Portugal, segundo dados do projeto Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford.
Durante a audiência, a diretora também alertou que, nesses pontos do país com menos pessoas vacinadas, “contágios e hospitalizações estão voltando a aumentar”. Na última semana, foi registrado “um aumento de quase 48% em mortes em relação à semana anterior”. Ao todo, os EUA somam 34,1 milhão de casos, incluindo cerca de 609.000 mortes.
Embora os EUA tenham uma das campanhas de vacinação mais avançadas do mundo, com mais de 338 milhões de doses aplicadas, há resistência dentro de parcelas da população.
“É de partir o coração que a maioria dessas mortes poderia ter sido evitada com uma simples vacina, que é segura e está disponível”, disse Walensky.
Na semana passada, a diretora já havia alertado que os EUA estão entrando em uma “pandemia de pessoas não vacinadas”, à medida que 99% dos mortos por Covid-19 no país nas últimas semanas não haviam sido imunizados.
No total, mais de 55% dos americanos já receberam ao menos uma dose e 48% estão completamente imunizados. No entanto, os pontos onde há falta de vacinação “permitem a rápida expansão da variante Delta”.