Uruguai e Brasil iniciaram nesta terça-feira seu primeiro diálogo em ciência, tecnologia, inovação e cultura, menos de dois meses depois da assinatura de um acordo para aumentar a cooperação nesses temas.
“Temos um grande compromisso (…) em aprofundar estas relações em matéria de ciência e tecnologia, e acredito que o que conseguimos deve ser um passo natural para uma integração maior e uma maior infraestrutura no tema”, afirmou o ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, na abertura do encontro.
Mais de uma centena de representantes de ambos os países deverão trabalhar nas áreas de energia limpa, tecnologias da informação e das telecomunicações, fármacos, biotecnologia, nanotecnologia, inclusão digital e cooperação em ciências básicas.
Para o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, é difícil entender por que essa integração demorou tanto, mas assegurou que “não é tarde”.
Nobre lembrou que antes da criação em 1992 do Instituto Interamericano para a Pesquisa para Mudança Global (IAI) – organização intergovernamental composta por 19 países da América – seu país apenas colaborava com os países do norte.
“Temos que mudar isso, criar rapidamente instituições de ciência, tecnologia e inovação do Mercosul”, assegurou, confiando que durante o diálogo surgirá uma ideia clara dos mecanismos de implementação da cooperação, com a possibilidade de utilizar financiamento dos Fundos de Convergência Estrutural (Focem) do Mercosul.
O encontro ocorre depois de outro sobre política de fronteira, no início do mês, e depois que em 30 de maio a presidente Dilma Rousseff assinou em Montevidéu 12 acordos e três memorandos para aumentar a cooperação entre os dois países.
O Brasil é o principal destinatário das exportações uruguaias, com 18% do total.
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