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Universidade de Buenos Aires cancela palestra de Moro após protestos

Chamado de "símbolo da corrupção e manipulação", ex-ministro se disse vítima de pressão política por parte de professores e políticos da esquerda argentina

Por Da Redação Atualizado em 19 mar 2021, 01h47 - Publicado em 28 Maio 2020, 17h09
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  • O ex-ministro da Justiça Sergio Moro: na Argentina, 'figura nefasta' associada ao 'uso da corrupção para sustentar uma armadilha na disputa eleitoral' - 23/04/2020 (Adriano Machado/Reuters)

    A conturbada saída do Ministério da Justiça abalou o prestígio de Sergio Moro entre o público bolsonarista. Mas na Argentina – ao menos para a ala peronista/kirchnerista – o ex-juiz da Lava Jato continua visto como uma figura ultraconservadora e passível de constestação. Nesta quinta-feira, 28, a Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA), uma das mais tradicionais da América Latina, cancelou a palestra virtual que o jurista brasileiro daria no dia 10 de junho, após duros protestos de professores e membros do governo do presidente Alberto Fernández, que foi professor da UBA.

    Moro se disse vítima de “pressão política”.

    “Fui convidado pela Universidade de Buenos Aires para falar sobre o Estado de Direito e a luta contra a corrupção e fui informado de que a palestra havia sido cancelada por pressão político-partidária. Não corresponde a mim avaliar os motivos”, afirmou Moro ao jornal local La Nación. “Recebi convites semelhantes de universidades do Brasil e do exterior e nunca tive este tipo de problema”, completou o ex-ministro.

    A palestra de Moro havia sido anunciada na quarta-feira 27 nas redes sociais da UBA. Segundo o diário argentino, o Centro de Estudos sobre Transparência e Luta contra a Corrupção da universidade, que havia organizado o evento, disse que a decisão de cancelá-lo partiu da direção. No entanto, o convite já havia dividido membros do próprio centro. Natalia Volosín, advogada e membro do conselho do grupo de estudos, apresentou sua renúncia.

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    “Para nós, que estamos comprometidos com a luta contra a corrupção, Moro foi nefasto”, escreveu Natalia em sua carta de renúncia, na qual chama o juiz da Lava Jato de “imoral” por ter realizado uma “utilização profana da corrupção para sustentar uma armadilha na disputa eleitoral”.

    Professores também se manifestaram. “Isso é brincadeira? Como professora da faculdade, demonstro total e absoluto repúdio a essa atividade que será realizada em breve para que fale sobre corrupção um dos personagens mais nefastos e obscuros que o Brasil tem hoje”, disse Marisa Herrera, que ainda reclamou do fato de não haver mulheres entre os condutores da palestra. “Para variar, todos homens”.

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    O ex-juiz da Suprema Corte argentina e ex-docente da UBA Eugenio Zaffaroni classificou como “lamentável” o convite a Moro, o “mestre do lawfare (termo que se refere a uma guerra travada por meio da manipulação das leis) no Brasil e na região”, em entrevista à rádio Futurock. O anúncio da palestra nas redes sociais ainda provocou a ira de políticos kirchneristas. O deputado federal Rodolfo Tailhade expressou nas redes sociais seu “repúdio absoluto ao miserável do Sergio Moro e à atividade que organiza a UBA”.

    Já Alicia Castro, embaixadora da Argentina na Rússia, disse que Moro é um “símbolo da corrupção e manipulação da Justiça para fins partidários” e que provocou, “sem provas, a ação e o sequestro eleitoral de Lula”. O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Operação Lava Jato, possui título de Doutor Honoris Causa da UBA e é um velho aliado do kirchnerismo.

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    Eli Gomez Alcorta, ministra das Mulheres, Gênero e Diversidade, também compartilhou seu “repúdio a esta atividade, numa faculdade pública na qual se deve formar para a defesa do Estado de Direito e das garantias constitucionais”.

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