Quase 2.400 crianças morreram no Iêmen vítimas da guerra no país nos últimos três anos, informou nesta sexta-feira 10 o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que pediu às partes do conflito que respeitem a população civil.
O pedido veio após a morte de mais de cinquenta pessoas, 29 delas menores de idade, em um bombardeio ontem da coalização liderada pela Arábia Saudita na cidade de Dahyan.
“Quase 2.400 crianças perderam a vida desde março de 2015, e 3.600 foram feridas gravemente ou mutiladas nesta guerra”, disse em mensagem no Twitter a representante do Unicef no Iêmen, Meritxell Relano.
Meritxell expressou sua preocupação com a situação na província de Saada, no norte do país, onde fica Dahyan.
“Pedimos a todas as partes em conflito que, por favor, respeitem as leis humanitárias, as leis da guerra e que não se produzam mais ataques contra civis, infraestruturas civis, como hospitais, escolas e pontos de saneamento, mas especialmente as crianças, que são as mais vulneráveis”, acrescentou a representante do Unicef.
A coalizão árabe assumiu a responsabilidade pelo bombardeio de quinta-feira. O ataque foi uma resposta à morte de um civil saudita no dia anterior, após lançamento de um míssil pelos rebeldes houthis contra Yazan, no sudoeste da Arábia Saudita.
O porta-voz da coalizão, Turki al Maliki, qualificou o bombardeio como “uma ação militar legítima contra os elementos que planejaram e perpetraram o ataque contra civis na noite de ontem na cidade de Yazan”.
Este não é o primeiro ataque que deixa muitas vítimas civis no Iêmen. No último dia 2, o bombardeio a um mercado e a um hospital em Al Hudaydah deixou mais de cinquenta mortos, segundo fontes dos rebeldes houthis.
O conflito armado no Iêmen começou em 2014, quando os rebeldes houthis ocuparam Sanaa e outras províncias. Agravou-se em 2015 com a intervenção da coalizão militar integrada por países sunitas e liderados pela Arábia Saudita a favor das forças leais ao presidente iemenita reconhecido internacionalmente, Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi.
(Com EFE)