Com 3 meses de vida, a pequena Neve Te Aroha Ardern Gayford já causou frisson na arena política mais combativa do mundo, o prédio da Organização das Nações Unidas, em Nova York. Seu primeiro nome deriva do irlandês Niamh, que significa “brilhante” ou “radiante”. Te Aroha é “amor” no idioma maori, nativo da Nova Zelândia. A bebê é filha da primeira-ministra desse país, Jacinda Ardern. Para entrar no plenário da ONU, ela recebeu até uma credencial com o título de “primeira-bebê da Nova Zelândia”. Quando sua mãe subiu ao púlpito para discursar, a pequena ficou no colo de seu pai, o apresentador de televisão Clarke Gayford. Ele acompanhou as duas na viagem como babá. Para tanto, uma lei nacional foi modificada para permitir que a chefe de governo pudesse contar com uma assistente em missões ao exterior. Jacinda chamou o marido para a função, e ele pagou as despesas da viagem com dinheiro do próprio bolso. “Eu gostaria de ter capturado o olhar assustado de uma delegação japonesa que entrou em uma sala de reuniões da ONU bem no meio de uma troca de fraldas”, disse Gayford no Twitter. Jacinda debocha de todos os que sugerem que ela abandone o posto para se dedicar à filha. “Adoro ser multitarefa: balançar um berço e administrar um país. As mulheres podem ser mães e líderes”, disse ela no fim de julho. Com o feito em Nova York, Jacinda tornou-se a primeira chefe de governo a ir à Assembleia da ONU com um bebê. “Talvez eu seja apenas uma entre as primeiras que estão fazendo algo que não acontece com muita frequência mas um dia será normal.”
Publicado em VEJA de 3 de outubro de 2018, edição nº 2602