Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

UE votará intervenção na Hungria para limitar ação de líder nacionalista

Premiê húngaro apoia reformas autoritárias e repressivas; votação no Parlamento europeu é inédita

Por Da Redação
Atualizado em 12 set 2018, 11h33 - Publicado em 12 set 2018, 10h49

O Parlamento da União Europeia (UE) vota nesta quarta-feira (12) uma proposta de intervenção política na Hungria para impedir que o primeiro-ministro, Viktor Orban, amplie reformas que retiram autonomia dos poderes Legislativo e Judiciário.

Para os eurodeputados, a Hungria, sob gestão do premiê de extrema direita, representa um “risco claro de violação grave dos valores” do bloco.

A votação em Estrasburgo, na França, é inédita, porque o Parlamento Europeu nunca chegou a ser acionado em um caso de infração do Artigo 7 do Tratado Europeu.

O processo contra a Hungria corre desde 17 de maio de 2017. Um mês depois, em 26 de julho de 2017, a Comissão Europeia — braço executivo da UE — abriu uma iniciativa semelhante contra o governo da Polônia, contestando suas medidas de restrição da liberdade de imprensa e de independência do Ministério Público e da Justiça.

O processo aberto no Parlamento é visto como menos técnico e unilateral do que o da Comissão Europeia contra a Polônia, por envolver os parlamentares e o voto direto.

Continua após a publicidade

Os eurodeputados não podem impedir as reformas, mas podem punir a Hungria com a suspensão de direitos políticos e subvenções econômicas. Como a obediência é obrigatória, as autoridades húngaras também podem ser punidas.

Orban é acusado de ter aparelhado o Estado com membros de seu partido, o Fidesz, e restringido a ação dos órgãos de controle. Um exemplo é o Tribunal Constitucional, que perdeu autonomia.

Outro alvo de repressão, segundo os relatores do Parlamento, é a imprensa húngara, controlada por um órgão regulador que pode sancionar veículos de informação que difundam notícias consideradas “falsas” — ou seja, contrárias aos interesses do premiê, de seu governo, do partido, do “cristianismo” e da “família tradicional”.

Continua após a publicidade

Instituições de ensino como a Universidade da Europa Central, financiada em parte pelo bilionário americano George Soros, tiveram a liberdade acadêmica restringida, segundo a UE. Por fim, ONGs são com frequência classificadas como “agentes estrangeiros” e têm sua atuação limitada no país — como acontece na Rússia.

Não bastasse, a reforma eleitoral realizada sob o comando de Orban teria beneficiado seu partido, o que lhe permite dispor hoje de dois terços do Parlamento húngaro — o necessário para mudanças constitucionais —, mesmo tendo 49,3% dos votos na última eleição.

A proposta de intervenção precisa de dois terços dos votos no Parlamento europeu para ser aprovada. A relatora da ação contra o governo húngaro, a eurodeputada Judith Sargentini (Partido Verde), convocou seus colegas a se posicionarem a favor da medida.

Continua após a publicidade

Depois de semanas na ofensiva, Orban se mostrou acuado nesta terça-feira (11). Chegou ao plenário com 15 minutos de atraso e teve seis minutos de discurso para fazer sua defesa. Sua situação é difícil porque 4,4% do PIB húngaro provém de fundos europeus, que investem em infraestrutura, subsídios agrícolas e outros setores da economia.

Do ponto de vista político, a situação também é delicada, porque Orban vem perdendo apoio de um de seus principais aliados. Nesta terça, o premiê da Áustria, Sebastian Kurz, que lidera uma coalizão com a extrema direita, orientou os eurodeputados conservadores do país a votar em favor da punição.

Orban também está pressionado pela hipótese de perda de sustentação política na UE, uma vez que o Partido Popular Europeu (PPE), a aliança das legendas de direita no Parlamento, analisa a expulsão de seu partido do grupo.

Continua após a publicidade

O premiê se descreve como o líder da Europa anti-imigração, contra a Europa pró-imigração, segundo ele liderada pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.