Após a renúncia do presidente Evo Morales na Bolívia, a União Europeia (UE) pediu nesta segunda-feira, 11, para que todas as partes mostrem união e responsabilidade para realizar novas eleições pacificamente. Já a Rússia acusou a oposição boliviana de desencadear uma onda de violência no país e denunciou um “um golpe de Estado”.
Em um pronunciamento nesta manhã, a comissária para política externa da UE, Federica Mogherini, pediu que “todas as partes, especialmente as autoridades, assumam suas responsabilidades democráticas e tomem as decisões apropriadas que permitirão uma reconciliação rápida e evitarão mais violência”.
“Gostaria de expressar claramente nosso desejo de que todas as partes do país tenham união e responsabilidade e conduzam o país pacificamente para novas eleições”, disse.
Morales anunciou neste domingo 10 sua renuncia à presidência da Bolívia após quase 14 anos no poder, diante da onda de protestos nas últimas semanas após acusações de fraude nas eleições realizadas no último dia 20 de outubro.
Mais cedo no domingo, a Organização dos Estados Americanos (OEA) recomendou a repetição do primeiro turno das eleições e Morales anunciou que o pleito seria realizado novamente com um Tribunal Supremo Eleitoral renovado. Logo depois, contudo, os chefes das Forças Armadas e da Polícia pediram publicamente que o presidente renunciasse, para colocar fim à onda de violência.
Nesta segunda, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou em um comunicado que está alarmado diante dos acontecimentos e pediu que todas as forças políticas demonstrem bom senso e atuem de modo responsável.
A Chancelaria russa considerou como “profundamente preocupante que a evolução dos acontecimentos, seguindo as diretrizes de um golpe de Estado orquestrado, impeça a vontade do governo de procurar soluções construtivas”.
O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado da Rússia, Konstantin Kosachev, afirmou que Moscou está pronta para continuar o diálogo com as autoridades “legítimas” da Bolívia.
Segundo Kosachev, ao renunciar, Morales escolheu um caminho legítimo e democrático, mas a oposição pode não agir do mesmo jeito.
Além de Morales, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, também renunciou ao cargo. Os próximos na linha de sucessão ao cargo de presidente, que seriam o presidente do Senado e da Câmara dos Deputados, também pediram demissão, assim como o vice-presidente do Senado.
Na noite de domingo, a senadora da oposição Jeanine Añez, segunda vice-presidente do Senado, reivindicou o direito de assumir a presidência.
(Com EFE e Reuters)