O chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, informou na noite de segunda-feira 30 que a União Europeia concordou com uma proibição parcial das importações de petróleo russo.
“Acordo para proibir a exportação de petróleo russo para a UE. Isso cobre imediatamente mais de 2/3 das importações de petróleo da Rússia, cortando uma enorme fonte de financiamento para sua máquina de guerra”, Michel publicou no Twitter.
A decisão foi tomada durante uma cúpula extraordinária do Conselho Europeu para discutir um sexto pacote de sanções contra a Rússia, que inclui outras medidas para prejudicar a economia da Rússia: bloquear o maior credor do país, o Sberbank, da plataforma de mensagens Swift, que facilita transações internacionais, ao lado de mais dois bancos.
A União Europeia também eliminará gradualmente a oferta de vários serviços, como seguros para entidades russas por empresas da União Europeia, e proibirá empresas do bloco de segurar as transferências de petróleo russas.
A tão aguardada proibição do petróleo, contudo, ainda teve desfalques. As sanções afetarão imediatamente 75% das importações de petróleo russas e, até o final do ano, 90% do petróleo russo importado na Europa será banido. Os 10% restantes, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, são uma isenção feita para a Hungria, Eslováquia e República Tcheca. (A Hungria era a maior opositora ao embargo completo, devido à sua dependência do insumo).
O transporte marítimo do produto será totalmente proibido, mas esses países continuarão recebendo o combustível pelo segmento sul do oleoduto Druzhba. O segmento norte do oleoduto – Polônia e a Alemanha – concordou com o embargo.
Outros países também entraram na isenção. Segundo o primeiro-ministro da Bulgária, Kiril Petkov, seu país está isento do embargo até o final de 2024, e que mais detalhes sobre a isenção seriam revelados posteriormente.
A Europa é a maior compradora de energia russa. O petróleo russo representou 27% das importações do bloco em 2021, segundo o Eurostat. Isso significa cerca de 2,4 milhões de barris por dia, mostram dados da Agência Internacional de Energia, e cerca de 35% disso foi entregue via dutos para o bloco.
Mas as entregas por oleodutos representaram uma parcela muito maior dos embarques de petróleo russos para a Hungria (86%), República Tcheca (97%) e Eslováquia (100%).