Ucrânia só atende a 2 dos 7 requisitos para aderir à União Europeia
União Europeia concedeu status de candidato formal quatro meses após invasão russa ao país, que teve início em fevereiro do ano passado
Um relatório apresentado pela União Europeia nesta segunda-feira, 19, indica que a Ucrânia cumpre dois de sete requisitos para iniciar as negociações de adesão ao bloco. Em uma decisão simbólica, a UE concedeu ao país de Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, o status de candidato formal quatro meses após a invasão russa ao país, que teve início em fevereiro do ano passado.
Em depoimento à agência de notícias Reuters, duas fontes internas afirmaram que a Comissão Europeia, órgão executivo da UE, estaria impressionada com os avanços ucranianos para a integração à coalizão ocidental, apesar do conflito em curso no país. No entanto, para de fato iniciar o processo, o bloco estabeleceu sete condições para o governo de Zelensky, incluindo o combate à corrupção.
O relatório, que não foi divulgado para o público, seria um marco para o processo de adesão. Com o considerável caminho percorrido no espaço de um ano, a Ucrânia espera iniciar um debate concreto com os 27 Estados-membros do bloco ainda em dezembro deste ano. As fontes indicam, inclusive, que os dois pontos superados pelos ucranianos seriam a reforma judicial e a lei de mídia.
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“Há progresso. O relatório será moderadamente positivo”, disse uma delas. “Não se trata de embelezar a realidade, mas de reconhecer o progresso, houve casos proeminentes de anticorrupção para citar, por exemplo.”
A Ucrânia, no últimos meses, teria iniciado uma caça às bruxas em casos de corrupção no país. Como consequência, o chefe de sua Suprema Corte foi preso sob suspeita de ter aceito um suborno de US$ 2,7 milhões (cerca de 12,9 milhões de reais). Somando-se às condições estariam também medidas contra a lavagem de dinheiro, leis de controle de oligarcas e a defesa de direitos das minorias nacionais.
Mesmo com a interpretação de que a Comissão Europeia não estar exaltando os feitos ucranianos, a sensação é de que o tom do relatório “seria o copo meio cheio”, como aponta um terceiro integrante da União Europeia à Reuters.
“Nunca adotaríamos um tom negativo em relação à Ucrânia no momento. As reformas do Judiciário tiveram algum progresso, embora ainda haja algumas importantes a serem realizadas. Nem tudo é satisfatório”, explica.
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O resultado final do documento deve ser apresentado para os 27 enviados nacionais da UE em Bruxelas na quarta-feira. Ele será pauta, ainda, de uma reunião de ministros de assuntos europeus em Estocolmo nesta quinta-feira. Caberá aos países membros dar a palavra final sobre quando começar formalmente as negociações com os ucranianos para a entrada na coalizão.