Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial da Ucrânia, alertou nesta quinta-feira, 10, que as forças russas estão colocando armadilhas na cidade de Kherson, acusando Moscou de tentar transformá-la em uma “cidade da morte”.
Podolyak alegou que os militares russos “armam minas [terrestres] em tudo o que podem: apartamentos, esgotos” e que “artilharia na margem esquerda” do rio Dnieper – armamento pesado, como projéteis – “planeja transformar a cidade em ruínas”.
Segundo o conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky, o exército russo enviado para a cidade de Kherson “veio, roubou, comemorou, matou ‘testemunhas’, deixou ruínas e foi embora”.
RF wants to turn Kherson into a "city of death". Ru-military mines everything they can: apartments, sewers. Artillery on the left bank plans to turn the city into ruins. This is what "Russian world" looks like: came, robbed, celebrated, killed "witnesses", left ruins and left.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) November 10, 2022
+ Soldados russos dizem estar lutando ‘batalha incompreensível’ em Donetsk
A cidade faz parte de uma das quatro áreas ucranianas que a Federação Russa alegou anexar em setembro, bem como a única capital regional que Moscou capturou desde o início da invasão.
Na quarta-feira 10, contudo, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, ordenou que seus soldados deixassem Kherson. O anúncio marca um dos recuos mais significativos da Rússia e um potencial ponto de virada na guerra. O general Sergei Surovikin, no comando geral da guerra, chamou a medida de “decisão muito difícil”.
+ Para impedir avanços ucranianos, Rússia apela até para ‘dente de dragão’
Embora a Rússia não tenha declarado formalmente que ia abandonar Kherson, todos os sinais apontam para uma retirada de Moscou. “Kherson não pode ser totalmente abastecida e funcionar”, disse Surovikin. “A decisão de defender a margem esquerda do Dnipro não é fácil, ao mesmo tempo salvaremos a vida de nossos militares.”
A Rússia estava preparando sua saída no último mês, movendo comando e controle através do rio – bem como civis.
A Ucrânia reagiu com cautela, dizendo que alguns soldados permaneceram em Kherson e que mais reservistas estavam sendo enviados. “Até que a bandeira ucraniana esteja voando sobre Kherson, não faz sentido falar sobre uma retirada russa”, disse Podolyak.