As forças da Ucrânia atacaram duas bases aéreas em território controlado pela Rússia nesta terça-feira, 17, com mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos. Foram os primeiros ataques com uma arma conhecida como ATACMS, que o presidente americano, Joe Biden, há muito relutava em fornecer para Kiev.
Durante uma visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca em setembro, Biden concordou em oferecer os armamentos, mas em uma versão de alcance limitado. Washington se preocupa que esse tipo de arma poderia agravar o conflito com a Rússia.
O equipamento enviado aos ucranianos, em quantidade que as autoridades disseram ser pequena, está equipado com munições de fragmentação, ou seja, bombas menores que podem explodir e causar danos numa vasta área. A maioria deles tem um alcance de 305 km, sendo mais eficazes que armamentos franceses e britânicos.
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De acordo com um legislador ucraniano, Oleksiy Goncharenko, um campo de aviação na cidade de Berdiansk, controlada pela Rússia, “foi atingido por eles [os armamentos]”. Goncharenko também mandou um agradecimento aos parceiros americanos.
Os ataques de Kiev a uma base perto da cidade de Berdiansk, no sul, e a outra base em Luhansk, no leste, supostamente destruíram nove helicópteros, um depósito de munições e equipamentos militares e danificaram pistas. Moscou não reconheceu o bombardeio, mas vídeos nas redes sociais mostraram os locais em chamas.
Some US officials claim that the United States have given Ukraine a small number of ATACMS missiles recently, the Wall Street Journal reports.
These missiles might have been used for the strikes on airfields near temporarily occupied Luhansk and Berdiansk.
There has been no… pic.twitter.com/krmwcskvU9
— Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) October 17, 2023
Durante mais de um ano após o início da guerra, a Casa Branca rejeitou as exigências de Zelensky com relação às armas. Parte da preocupação era que a Ucrânia pudesse usar os mísseis para atingir alvos no interior da Rússia, que por sua vez poderia considerar o uso de armas nucleares táticas como forma de retaliação.