TSE boliviano coloca em xeque candidatura de Evo Morales ao Senado
Partido do ex-presidente afirma que órgão já decidiu impedi-lo de concorrer; tribunal diz que deve tomar sua decisão neste fim de semana
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da Bolívia disse nesta quarta-feira, 19, que a candidatura do ex-presidente Evo Morales ao Congresso do país ainda está sob análise. O comunicado vem após o partido de Morales, Movimento Para o Socialismo (MAS), haver confirmado a decisão do órgão de tirá-lo da corrida eleitoral.
Segundo o jornal boliviano El Deber, Salvador Romero, presidente do TSE, anunciou que haverá um pronunciamento oficial neste fim de semana sobre o caso. “Nosso compromisso é resolver esse problema no menor tempo possível”, declarou.
Romero completou ainda que as candidaturas de Evo e de seu último chanceler, Diego Pary, estão em análise e em processo de revisão junto a outras dez. O ex-presidente concorre a primeiro senador pela cidade de Cochabamba, e Pary, por Potosí.
Anteriormente, fontes do MAS haviam confirmado ao Deber que, após uma reunião prolongada, o TSE já havia decidido impugnar as candidaturas por não atenderem a alguns requisitos estabelecidos por lei. A controvérsia gira em torno da participação de Evo das eleições depois de ter renunciado à Presidência. Ele deixou o poder por causa das denúncias de fraude na última votação, que o apontara como vencedor, e da consequente perda de apoio da área militar.
O partido declarou “estado de emergência”, que impõe “atenção especial” ao órgão para que atue no âmbito da lei. Mas negou a convocação de manifestações populares em favor da candidatura de Morales.
O chefe departamental da coalizão Juntos, da presidente interina boliviana, Jeanine Áñez, afirmou que confia no tribunal para barrar o ex-presidente: “Morales não pode ser candidato, já que não mora na Bolívia e não pode ser habilitado. Confiamos no trabalho do TSE”, disse Manuel Saavedra.
Enquanto isso, o jornal El Deber confirmou que Luis Arce, candidato do MAS à Presidência, já foi habilitado e poderá enfrentar a campanha sem restrições. Ele é apoiado por Morales.
Segundo a empresa de pesquisa de mercado boliviana Ciesmori, Arce, que foi ministro da Economia de Morales, encabeça a corrida eleitoral com 31,6% das intenções de voto. O ex-presidente Carlos Mesa fica em segundo lugar, com 17,1%, seguido por Áñez, com 16,5%. Ela está na presidência desde 12 de novembro, após a renúncia de Morales.