Trump nega participação dos EUA em complô para derrubar Maduro
O presidente americano ainda afirmou que se a Casa Branca quisesse realizar uma operação não manteria segredo e seria considerada uma invasão militar
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou nesta sexta-feira, 8, que a Casa Branca teria feito parte de um plano que tinha o objetivo de tirar do poder o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, valendo-se de mercenários. “Se eu quisesse ir para a Venezuela, não faria isso em segredo”, disse Trump. “Não enviaria um pequeno grupo. Não, não, não. Seria um exército (…) e isso seria chamado de invasão”, acrescentou.
No domingo 3, as autoridades venezuelanas interceptaram duas tentativas de invasão pelo mar nos estados de Aragua e La Guaira. A operação resultou na morte de oito pessoas e em 13 presas.
Segundo as provas divulgadas pelo governo venezuelano, entre os detidos estavam dois cidadãos americanos, Airan Berry e Luke Denman, ambos ex-militares que tinham identificações da empresa de segurança Silvercorp, da Flórida. Maduro afirmou que a conspiração foi financiada pelo líder da oposição apoiado por Washington, Juan Guaidó.
Trump classificou os invasores como “um grupo desonesto”. “Obviamente, não foram liderados pelo general George Washington”, disse ironicamente. “Este não foi um bom ataque. Acredito que foram presos antes mesmo de tocarem a terra”. O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapmann, afirmou nesta sexta que a tentativa de invasão é uma “distração” para o processo de redemocratização no país e reiterou que a Casa Branca não estava envolvida.
O presidente da Silvercorp, Jordan Goudreau, por sua vez, afirmou ao jornal americano The Washington Post que o objetivo da missão era sequestrar Maduro, e que Guaidó teria assinado o contrato com a empresa para executar a operação. Para provar, Goudreau forneceu uma cópia ao jornal. A VEJA, Guaidó negou participação nesse episódio.