Trump não impedirá testemunho de ex-diretor do FBI no Senado
O depoimento de James Comey sobre as supostas relações do presidente com a Rússia antes das eleições acontecerá na terça
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump não tentará impedir que o ex-diretor do FBI James Comey testemunhe contra ele em uma audiência no Senado na terça-feira. Segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca nesta segunda, o líder americano não usará seu privilégio executivo para barrar o depoimento.
“O poder do presidente para afirmar seu privilégio executivo está bem estabelecido”, afirmou a vice-secretária de imprensa Sarah Huckabee Sanders durante sua coletiva de imprensa diária. “No entanto, para facilitar um exame rápido e minucioso dos fatos solicitados pelo Comitê de Inteligência do Senado, o presidente Trump não vai usar o privilégio executivo para o depoimento agendado de James Comey”.
O testemunho no Senado será a primeira declaração pública do ex-diretor desde sua demissão no início de maio. A saída de Comey do FBI aconteceu em meio ao processo de investigação realizado pela agência de segurança sobre as possíveis relações do presidente e seus assessores de campanha com autoridades russas antes das eleições.
Comey teria escrito uma série de memorandos descrevendo as conversas que teve com Trump, em que o presidente pedia que ele abandonasse as investigações sobre a Rússia. O republicano também teria solicitado que ele arquivasse uma investigação contra o ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn.
O líder americano negou que tenha feito qualquer pedido do tipo a Comey, mas mesmo assim as autoridades investigam alegações de obstrução de Justiça no caso. Mais cedo nesta segunda, a Casa Branca havia anunciado que Trump talvez usasse seu privilégio executivo como presidente para impedir que o ex-diretor do FBI testemunhasse em frente ao Senado.